As escolas brasileiras passarão a incluir o canto em seus currículos, por força de lei sancionada ainda pelo Presidente Lula, no dia 18 de agosto de 2008. A partir de então, as escolas passaram a ter  três anos para adaptar seu currículo na área de artes.

 O ensino de canto no Brasil  não é novidade.  Nas décadas que se seguiram ao Estado Novo, por volta de 1950-1060,  foi introduzido o canto orfeônico nas escolas, por influência de Villa-Lobos. Quem estudou nesse período tem boas lembranças dos corais orfeônicos.

 Críticos da atual  introdução do canto nos currículos alegam que a grade curricular no Ensino Básico já é muito extensa e não haveria  espaço para   uma nova disciplina. Pode-se argumentar, contrariamente, prém, que o canto, de fato, não precisa ser uma disciplina isolada, mas pode entrar como uma atividade que perpasse os demais espaços curriculares, na elaboração de projetos trans e multi- disciplinares, que são muito bem-vindos, especialmente  pela contribuição que trazem ao letramento de nossos alunos.

  Vejam abaixo a descrição de pesquisas com o canto na educação infantil em cidades  da Alemanha. Especialistas afirmam que cantar facilita o aprendizado escolar

 

Pesquisas comprovam que cantar nas escolas aumenta desempenho dos alunos. Não importa se desafinado ou não, quem canta também fica menos doente, garantem especialistas.

 

 

No jardim de infância franco-alemão da cidade de Wuppertal, cantar faz parte do dia-a-dia das crianças, assim como brincar, pintar ou fazer um lanche. Alguns rituais na escolinha são repetidos a cada dia, sempre com acompanhamento musical. "Cantamos em francês. Assim as crianças aprendem o idioma brincando e adquirem um feeling para a pronúncia correta", conta a educadora Françoise Ruel.

Mas acima de tudo elas têm prazer em cantar, já que esta é uma atividade aliada ao movimento e ao lúdico, acentua a francesa. Junto com outra educadora, também proveniente da França, Ruel é responsável, no jardim de infância, pelo ensinamento do idioma estrangeiro. Com as outras quatro educadoras da instituição, os pequenos falam – e cantam – em alemão.

ldunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift:  Heike Holland: defensora do canto como ferramenta pedagógica"

 

"Para o desenvolvimento em termos da língua, cantar tem uma grande importância, pois incentiva a capacidade de expressão", observa Heike Holland, diretora da escola infantil franco-alemã. Além disso, diz ela, com o canto treina-se a memória, pois com a  ajuda da melodia é mais fácil guardar o texto.

É assim que as crianças ali vão rapidamente aprendendo o francês, além do alemão. Muitas delas (44 ao todo) já vêm, inclusive, de famílias com histórico migratório. Além do alemão, alguns falam em casa turco, espanhol, italiano ou português.

Cantar ajuda no aprendizado escolar

Mesmo que um multilinguismo do gênero não seja usual nas instituições alemãs, fato é que a maioria das educadoras do país tem cada vez mais contato com crianças bilíngues. Isso influencia também o repertório musical nas creches e jardins, observa Heike Holland, que treina outras pedagogas na formação de crianças pequenas. "Muitas das que têm histórico de migração na família trazem consigo uma música de toque oriental", conta ela. Além disso, as crianças gostam também de cantar aquilo que ouvem no rádio ou na televisão – canções, via de regra, em inglês.

O sociólogo Thomas Blank, da Universidade de Münster, sugere a pais educadores que ofereçam bastante música a seus filhos e alunos. Uma pesquisa realizada com 500 crianças abaixo de 6 anos de idade mostrou que, quanto mais elas cantam, maior é sua capacidade de aprendizado escolar. "Elas podem se expressar melhor, conseguem se colocar melhor na posição dos outros e são com menor frequência vítimas de gripes ou resfriados", cita Blank.

Cantar alia a lógica ao sentimento

Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift:  

 

O resultado das pesquisas não surpreende o sociólogo. "Entre o segundo e o sexto anos de vida, a ligação entre o lado esquerdo e o direito do cérebro, ou seja, a ligação entre a lógica e o sentimento, pode ser muito bem aperfeiçoada. E é exatamente isso que acontece quando se canta", acentua Blank.

A afinação, nesse caso, não importa. Pelo contrário. O cantar deve ser isento de qualquer pressão pela perfeição, aconselha o especialista. "As crianças precisam ter prazer cantando e têm que poder experimentar", diz ele. Pois a música é algo saudável. "Cantar diminui o estresse e a agressão, além de fortalecer o espírito coletivo", conclui Blank. Ou seja, torna o ser humano simplesmente um pouco mais feliz.

Autora: Sabine Damaschke (sv)

Revisão: Roselaine Wandscheer

 

 
Categoria pai: Seção - Blog