Quero falar hoje  um pouco sobre o tratamento do adultério na novela  de Benedito Ruy Barbosa e colaboradores,  O Velho Chico.  Há dois casais adúlteros na trama.  O primeiro  é formado por Santo e Maria Teresa ( na imagem). Seus encontros são lindos, abençoados pelo  Rio São Francisco.  Trocam juras de amor . As cenas são  emocionantes, diria até que edificantes.  Os telespectadores  são  tomados por um  sentimento vicário de cumplicidade , desejando que esse   Romeu e essa  Julieta  do  sertão baiano  finalmente  se acertem, se unam, sejam felizes.  O outro casal é formado pelos respectivos cônjuges dos primeiros,  Carlos Eduardo e Luzia.  Seus encontros  são carregados de culpa e reprovação.   Nada é romântico ali. Pelo contrário.  É grosseiro. É tratado com enorme crueza.  Pela primeira vez vi uma cena em novela  na qual o amante  põe a mão sob a saia da parceira e desce a sua calcinha.  Achei de extremo mau gosto.   Quem veio comigo neste texto até aqui poderá argumentar : O primeiro casal se ama,  o segundo está tomado de rancor , frustração, e ciúme . Quer apenas pagar na mesma moeda.  Concordo. Isso é verdade.  Mas me fica uma pontinha de reflexão. Será o adultério um ato a ser avaliado com valores relativos?  Um amor frustrado  o justificaria ?  Ademais, o adultério masculino é para ser tratado com menos rigor que o feminino ?

 O adultério já foi crime no Código Civil. Creio que não é mais.  A conferir.  De qualquer forma,  os códigos de conduta  dos credos religiosos o condenam. No Decálogo de Moisés mereceu um mandamento exclusivo. É o nono : “Não  desejar a mulher do próximo”, independentemente do mandamento que proíbe pecar contra a castidade, o sexto.  

 

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