Acabei de assistir, por alguns minutos, à transmissão da sessão da Câmara dos Deputados sobre a denúncia de corrupção passiva contra o Presidente da República.

Naturalmente que prestei atenção aos argumentos dos oradores, mas o que me chamou a atenção mesmo foram as características de sua fala, muito distanciada do que ensinamos aos alunos como sendo um estilo monitorado da língua. Modernamente, os estudiosos evitam tachar o uso da língua de correto ou incorreto. Preferem mostrar como a formalidade das circunstâncias interacionais define o grau de atenção e consequente monitoração da fala.

No entanto, ouvindo os nossos representantes, em evento público e nacionalmente divulgado pela televisão e rádio, vamos constatar que seu suposto estilo monitorado traz muitas marcas do estilo coloquial e espontâneo.

É possível que um estilo mais cuidado só apareça quando suas excelências estiverem lendo seus discursos.

PS.  A bem da verdade, temos de observar que há profundas diferenças entre a competência discursiva de um parlamentar  e outro. Isso é de se esperar considerando a variação inerente da língua.

 

 

 

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