O fato é indiscutível. Um número cada vez maior de brasileiros sai do Brasil para não mais voltar. Na verdade, até voltam, mas por pouco tempo, só para matar a saudade, já que fixaram residência em países que consideram mais promissores. Brasileiros que vivem nos EUA e na Europa adoram nos visitar no final do ano, quando o frio no Hemisfério Norte fica desagradável e eles passam a sonhar e idealizar nossas praias com água morna, areia fina e acesso livre. São hordas de brasileiros lotando os aeroportos do Primeiro Mundo para duas semanas de Brasil. Passado esse tempo, em que recarregam as baterias, eles voltam ao país que escolheram para residir, onde conseguem ter um padrão de vida superior.

Por aqui, muita gente anda pesquisando suas origens, não por súbito amor à história, mas para ver se encontram algum bisavô que possa garantir à família um documento que assegure a cidadania europeia. Nunca se suspirou tanto por aquele camponês do Vêneto que, cansado de ser explorado, juntou sua numerosa família e suas poucas posses e veio ao Brasil em busca de liberdade, pão e uma pequena gleba onde pudesse trabalhar sossegado. Agora, um século depois, o sentido é inverso, todos daqui almejam um passaporte da União Europeia, na esperança de permitir uma vida melhor para os descendentes.

 
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