Por Ana Karina Bortoni via LinkedIn
Construir um ambiente de trabalho seguro, transparente e inspirador não apenas faz parte da responsabilidade ética da liderança, como é fundamental para a saúde do colaborador.
Diferentemente de décadas passadas, quando a preocupação dos recursos humanos estava centrada no cuidado físico dos profissionais, os executivos perceberam agora que as organizações podem colaborar para criar uma atmosfera que priorize também o estado mental, social e espiritual, conhecida no conjunto como saúde holística.
Do ponto de vista econômico, essa tendência faz muito sentido. Além de ajudar a garantir eficiência produtiva, o bem-estar contribui para o engajamento das pessoas e a retenção de talentos, elevando a competitividade e minimizando custos de contratação.
Parte da vida no trabalho
Mesmo em modelos de trabalho híbridos, o ser humano passa ao menos um terço de sua vida produtiva conectado ao emprego. Por isso, uma cultura organizacional positiva é fundamental e determinante para a disposição física e mental do colaborador.
Mas será que estamos ajudando a alcançar um equilíbrio harmonioso entre as exigências corporativas e as expectativas pessoais?
Essa resposta pode ser encontrada em um recente estudo mundial promovido pela Organização Mundial da Saúde e pelo McKinsey Health Institute. De acordo com o relatório, a maioria dos 30 países pesquisados relatou resultados positivos de saúde holística, com média global de 57%.
A maior proporção de pontuações favoráveis foi na saúde física, com 70%, e aproximadamente 66% dos entrevistados apontaram percepções otimistas na saúde mental e social. A média mais baixa foi na saúde espiritual, com 58%.
No Brasil, a nota geral registrada foi de 62%, pouco atrás da Colômbia (63%) e à frente de Argentina (55%) e Chile (52%), quando comparamos regionalmente. Em termos mundiais, a Turquia obteve o índice mais alto (78%) e o Japão o mais baixo (25%).
Em relação ao burnout, conceito que integra as dimensões de exaustão, distanciamento mental, distúrbio cognitivo e emocional, o nível mundial é relativamente baixo, 22%. No entanto, um denominador comum é a falta de energia: mais de um terço das pessoas em 29 países relatou exaustão.
Olhando novamente para o Brasil, o burnout geral foi de 16%, mais baixo do que o Chile (33%), mas acima de Argentina e Colômbia, ambos com 12%.
Podemos dizer, pelos números da pesquisa, que as lideranças e as empresas entenderam seu papel neste novo contexto social, que exige uma gestão moderna de pessoas e um compromisso com a saúde de todos.
De qualquer maneira, precisamos seguir pavimentando um caminho sólido que fortaleça as relações pessoais e crie ambientes de trabalho mais sadios, éticos e seguros. Nesse sentido, as ações de melhoria devem estar sustentadas em uma comunicação interna ampla e transversal, em que os objetivos corporativos ecoem facilmente pela organização e a perspectiva dos colaboradores contribuam para o crescimento mútuo.
Essa não é só uma estratégia de gestão que beneficia a saúde dos colaboradores, como é uma prática imprescindível para gerar empatia e envolvimento profissional.
Quer saber mais sobre a pesquisa e saúde holística? Deixo aqui o link da matéria completa publicada pela McKinsey.