O Projeto Leitura, tem como objetivo vencer um dos maiores desafios encontrados pelos professores e amantes da literatura: Criar o hábito da leitura.
Projeto LEF Confira artigos, trabalhos, Vídeos, Fotos, projetos na seção do Letramento no Ensino Fundamental.
Dia desses parei o meu carro de manhã no estacionamento do Hospital Brasília.Fui chegando e veio ao meu encontro um menino:era bonito, de tênis e jaqueta colorida. Julguei que fosse paciente de algum médico. Mas foi logo falando: _ Posso olhar o carro, tia? Interrompi minha caminhada rumo ao hospital. : _ Pode, e como é seu nome? E quantos anos você tem? Tinha doze anos e morava no Paranoá. _ E escola, você vai à escola é de tarde? _ Eu ainda num tô inu na escola, não. Minha mãe ainda num foi lá arrumá escola pra mim, ainda não. _ Mas você veio de mudança pra Brasília faz pouco tempo? De onde você é? _Eu sou da Bahia. Agora a gente tá morano no Paranoá. _ Diga pra sua mãe que precisa matricular você na escola no Paranoá, perto da sua casa. Deixei-o pra trás, mas levei-o nos meus pensamentos. Me lembrei da revista do Bolinha e da Luluzinha. Foi desses gibis que saltou para o nosso léxico a expressão :Clube do bolinha. Tinha um caça-gazeteiro ( Como era mesmo o nome dele?) que saía à rua procurando crianças que estivessem cabulando aula. Mas a realidade da HQ era outra. A Luluzinha e a turma dela são americanos...Lembrei também que a Secretaria de Educação do DF tem um serviço, muito útil, de visita às casas, na época da matrícula. Seria bom que o serviço se estendesse às ruas durante todo o ano. Em Brasília e em outras grandes cidades, chegam famílias de migrantes, sempre com muitas crianças. Ao Rio, como me relatou a Diretora do Ensino Básico da Secretaria Municipal do RJ, quando me convidou, em 2004, para proferir duas palestras para quatro mil professores cariocas, chegam crianças o ano todo, quase sempre com defasagem idadesérie. Fica aqui a sugestão para a SEDF. Convido as mestrandas e doutorandas que são professoras da rede pública no DF a refletir sobre a questão e levá-la às suas escolas e coordenações. Quem sabe não podemos ter também um caça-gazeteiro à moda brasileira, que fosse cadastrando nome e endereço de crianças que ficam nas ruas, nos sinais de trânsito, nos estacionamentos...