Zapeando, esta tarde, assisti auma curta sequência de um western, que me lembrou um episódio que vivenciei. Um cowboy fortemente armado aproxima-se da diligência e manda que um passageiro saia para dar lugara um terceiro. Minha história é parecida.
Já nos estertores da Varig, estava eu em viagem de trabalho a Teresina , com voo marcado para a volta a Brasília.
No aeroporto, fiz o check-in, e me preparava para embarcar quandoa Varig me informou que meu check-in estava cancelado. De fato, me retiraram do voo porquehavia overbooking e eles queriam minha poltrona para um político local, em ex-governador, como pude constatar. Acostumado a privilégios, ele embarcou sem hesitação. Quanto a mim, fui enviada para um hotel barato para passar a noite e retornar no dia seguinte.Masdiante do balcão da companhia aérea, fui acometida deuma grande raiva, quase fúria, e até assustei os amigos que me acompanhavam gentilmente.
Pois é, assim como no século XVIII, no Velho Oeste, o Brasil é ainda um país de privilégios. Eu diria mais, de desconsideração com os menos poderosos quando estão em jogo as mordomias dos mais poderosos.