O relatório aponta que, entre 2016 e o ano passado, foram destruídos 12,5 mil hectares dos 16,2 milhões de hectares restantes do bioma no Brasil. No período de 2015 a 2016 haviam sido devastados 29 mil. Cada hectare equivale aproximadamente a um campo de futebol.
Sete dos 17 Estados que ainda têm Mata Atlântica, de acordo com o relatório, registraram perdas em torno de 100 hectares ou menos, o que é considerado tecnicamente como "desmatamento zero". O Estado de São Paulo é um deles: entre 2016 e 2017 foram devastados 90 hectares dos 2,3 milhões de hectares que restam do bioma no Estado - queda de 87% em comparação aos 698 hectares destruídos no período anterior.
De acordo com Marcia Hirota, coordenadora do Atlas e diretora executiva da SOS Mata Atlântica, múltiplos fatores levaram à redução histórica da devastação do bioma. "A Mata Atlântica é o único bioma que tem uma lei específica para protegê-lo, desde 2006. Houve também um esforço de controle das autoridades ambientais, com mais fiscalização e autuação ao desmatamento ilegal. Além disso, a atuação do Ministério Público tem sido muito intensa e há uma mobilização consistente da sociedade civil."