Subo nesse palco, minha alma cheira a talco
Como bumbum de bebê, de bebê
Minha aura clara, só quem é clarividente pode ver
Pode ver

Trago a minha banda, só quem sabe onde é Luanda
Saberá lhe dar valor, dar valor
Vale quanto pesa pra quem preza o louco bumbum do tambor
Do tambor

Fogo eterno pra afugentar
O inferno pra outro lugar
Fogo eterno pra consumir
O inferno, fora daqui

Venho para a festa, sei que muitos têm na testa
O Deus-Sol como um sinal, um sinal
Eu como devoto trago um cesto de alegrias de quintal
De quintal

Há também um cântaro
Quem manda é deusa-música
Pedindo pra deixar, pra deixar
Derramar o bálsamo, fazer o canto, cantar o cantar

Lá, lá, iá

 

Fico pensando no processo de composição da música “Subo nesse palco” do novo acadêmico da ABL , Gilberto Gil.

Vem  à sua mente o verso inicial : “Subo nesse palco...” É preciso arrumar uma rima para  ‘palco’. Ocorre-lhe ‘talco’, mas como relacionar as duas palavras? Daí surge o verso que é um primor : “minha alma cheira a talco, como um bumbum de bebê, de bebê.

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