Geralmente concordo com tudo o que o colega Sírio Possenti escreve. Reconheço nele um linguista competente e um educador sensível à heterogeneidade nos modos de falar dos brasileiros. Mas desta crônica recente (abaixo) discordo.  Nela ele minimiza a necessidade de se ter domínio da ortografia.

O ortografia  é um conjunto de regras convencionais e muitas vezes arbitrárias e consiste apenas em um componente superficial dos saberes que temos de dominar para nos tornarmos funcionalmente  alfabetizados.

Também não acho que os professores devem privilegiar a correção da grafia dos alunos em detrimento dos outros elementos da textualidade. Eles não devem privilegiar a questão ortográfica, mas não podem negligenciá-la.

Erros de ortografia são muito deletérios para quem os comete. A sociedade costuma  tachar de incompetente e ignorante quem troca uma letra, esquece um acento, aglutina duas palavras,... Por exemplo, escreve ‘trás’, em vez de ‘traz’, ou “hora” em vez de “ora”.

Hoje em dia  muitos ( mas nem todos ainda) têm acesso ao corretor de texto virtual, o que ajuda bem. Mas às vezes temos de manuscritar.  Aí não temos o corretor.

Possenti fala também do revisor. Mas quem tem revisor? Só os escritores profissionais e os políticos. Nós, os simples mortais, temos de ser revisores de nossos próprios textos.

Enfim, ensinar a escrever não é só ensinar ortografia, mas é também ensinar ortografia, no próprio processo de ensinar a produzir textos.

Um abraço, Possenti. Até qualquer hora. (Esta resposta foi publicada originalmente  no dia 03/12/2010, neste site)

 

 

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