Foto: TV Globo
É muito rocambolesca a novela “Regra do Jogo” que está chegando ao fim. Com mais bandidos por metro quadrado que qualquer outra do horário das nove, mais parece um romance de capa e espada, uma espécie das aventuras de Pimpinela Escarlate. Quem não se lembra dessa personagem ou nunca a conheceu  saiba que
Pimpernel (no original)  é o título de uma peça de teatro e um romance histórico e de aventura da escritora britânica Baronesa Orczy,  publicado originalmente em 1903.

 Li esse livro na minha a adolescência.  Em todo capítulo, ou seção de capítulo havia um clímax e uma surpresa, porque o protagonista, que , após a Revolução Francesa, salvava da guilhotina o pescoço de  nobres   e  mantinha os aristocratas longe das masmorras, metia-se em variadas aventuras ,  sempre lutando com alguém.   O leitor julgava, próximo de cada desfecho, que o Pimpinela  estava à beira da morte, mas ele escapava sempre, usando os mais ousados e inesperados estratagemas.

Assim acontece com os bandidos da novela “Regra do Jogo”. Zé Maria, o mais cruel deles,   já rolou, ferido mortalmente, num precipício. Mas , chegando ao fundo,  o telespectador percebe que ele não está, de fato, morto. Sai dali todo pimpão, corta a vasta cabeleira, se livra de barba de Papai Noel, arruma uma nova identidade e vai em frente. 

Meu bandido favorito é o Romero Rômulo, porque assumi uma relação estável com ele, quando o ator, Alexandre Nero,   ainda era o comendador da novela anterior “Império”. Romero é frágil, carente, oportunista, foi abandonado pela mãe e criado na rua, torna-se bandido , mas nunca assumiu essa condição. Sempre quis passar-se por homem de bem. Em tempo, é muito  apreciado pelas mulheres e mantém um romance com duas delas, durante toda a trama : a Tóia -  a pobre herdeira rica de uma fórmula medicinal, por isso muito perseguida- e Atena,  punguista praticante de  pequenos golpes, que acaba apaixonando-se perdidamente pelo Romero.  Ela já  o salvou da morte certa, nas mãos dos bandidos de alto coturno, várias vezes.

E tem o Gibson, milionário, dono de indústria química, que não se sabe por que  tornou-se líder de uma facção criminosa. É mau, não poupa sequer as filhas e neta.  Ninguém conhece sua verdadeira natureza, e essa será a grande revelação no final da novela.

Pois, voltando ao Pimpinela, não há de ver que as duas namoradas põem fogo no quarto onde Romero jaz desmaiado. Morte certa, pensei , que chato. Logo o Romero. Mas ele não vai  morrer não. Feito um gato de sete vidas, vai sobreviver. É o que promete a emissora para o capítulo de hoje. Não duvido.

 

 

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