02 10 2008 Tabaco mata 660 mil pessoas por ano nos países da União Européia
O consumo de tabaco causa a morte prematura de 660 mil cidadãos dos 27 países-membros da União Européia (UE), alertou o Fórum de Saúde Europeu, que inaugurou nesta quarta-feira (1°) sua 11ª edição na cidade austríaca de Bad Gastein.
Estes dados, publicados pela agência austríaca APA, foram fornecidos na quarta-feira pelo médico Reiner Brettenhaler, da Associação Médica Austríaca, no primeiro dia do que é considerado o encontro de profissionais da saúde mais importante da UE.
As leis que proíbem o fumo em lugares públicos foram defendidas no fórum como uma das mais efetivas medidas de prevenção contra os efeitos do tabaco.
Desta forma, foram apresentados dois estudos que demonstram a eficácia das decisões políticas como elementos de prevenção.
Uma das pesquisas se centrou na cidade de Roma, na Itália, e concluiu que, após a entrada em vigor da proibição, o número de síndromes cardíacas agudas, como infartos e anginas de peito, diminuiu 15%.
Em pesquisa semelhante desenvolvida na Holanda, a queda foi de 17%.
O efeito maior foi para os não fumantes. O que significa que os legisladores também podem fazer algo pela prevenção, disse à imprensa Willian Winjs, membro da Sociedade Européia de Cardiologia.
As medidas preventivas são essenciais nos setores de tabaco, álcool e alimentação, disse Brettenhaler, que defendeu o papel dos médicos de família no tema.
Como exemplo, ele afirmou que são muito poucos os fumantes que deixam o cigarro sem ajuda de profissionais.
No entanto, Brettenhaler reconheceu que o trabalho dos clínicos gerais é dificultado pelo grande número de consultas, o que os impede de dedicar tempo suficiente aos pacientes.
Com relação a isso, alertou que a simples recomendação não é suficiente e disse que apenas 10% dos fumantes deixam de fazê-lo pelo simples conselho de seu médico.
Além disso, destacou o problema do acesso aos mais jovens, que vão pouco ao médico, o que, para Brettenhaler, torna essencial a colaboração com os centros de ensino na tarefa de prevenção contra o tabaco.
O fórum de saúde reúne este ano 620 especialistas de 45 países e terminará no próximo sábado (4). (Fonte: Folha Online)
A porcentagem de famílias com renda per capita de até meio salário mínimo caiu de 31% para 23%, mas 1,3 milhão crianças, entre 8 e 14 anos, são analfabetas e um 1,1 milhão freqüentam a sala de aula.
O IBGE divulgou nesta quarta uma análise das condições de vida dos brasileiros em 2007. A pesquisa mostrou avanços na área social, mas a qualidade da educação está prejudicando milhões de alunos.
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E o que surpreende, a grande maioria delas está na escola: 1,3 milhão crianças, entre 8 e 14 anos, são analfabetas. E um 1,1 milhão freqüentam a sala de aula.
Seu Jaime e Dona Marlene. Ana Lúcia e a estudante do Nordeste. As histórias desses brasileiros ajudam a mostrar como estão as condições de vida da população.
As aposentadorias de Seu Jaime e Dona Marlene somam R$ 1,1 mil. O dinheiro de uma vida inteira de trabalho hoje sustenta a nova geração da família: filhos e netos. Comida, luz, água, remédio, não sobra nada, conta o aposentado Jaime Rodrigues.
Mais aposentados tiveram que assumir essa responsabilidade nos últimos anos. Em 53% dos lares com idosos, eles pagam a maior parte das contas e o número de idosos aumenta, junto com a expectativa de vida. De 97 para 2007, os brasileiros ganharam 3,4 anos a mais.
A pobreza diminuiu nesse mesmo período. A porcentagem de famílias com renda per capita de até meio salário mínimo caiu de 31% para 23%.
Mas Ana Lúcia Oliveira nem salário tem. Com duas filhas pequenas e nenhuma vaga na creche do bairro, como conseguir emprego?
Nesse meio tempo, a gente fica sem trabalhar, as crianças precisam das coisas e a gente não tem como arrumar as coisas para eles sem trabalhar.
Apenas 17% das crianças com até três anos vão à creche no Brasil. O acesso é maior para quem ganha mais.
Quando as crianças chegam à idade escolar, surge um outro problema. O acesso ao ensino fundamental já está praticamente resolvido no Brasil, mas o que ainda precisa melhorar é a qualidade da educação. São muitas as crianças que não sabem ler e escrever.
Vamos abaixar esse número com certeza por todo o processo que o país está fazendo, mas se tiver dez, essas dez têm que ser o foco do nosso trabalho, afirmou Maria do Pilar Lacerda, secretária de Educação Básica do MEC.
Na universidade, o número de brancos dobrou e o de pretos e pardos, segundo a classificação do IBGE, mais que triplicou em uma década. Para chegar à faculdade, o caminho ainda é longo para uma estudante do Nordeste.
Aos dez anos, na primeira série, ela ainda não sabe escrever o próprio nome. O que mais quer é aprender a decifrar o mistério das letras. Eu quero ler para mim ler um livro como este.