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29  06 2008 EXCLUSIVO:


Circula periodicamente pela internet, em e-mails, uma advertência segundo a qual o aquecimento de comida no forno de microondas, feito em recipientes de plástico, libera uma substância que pode causar câncer, a dioxina.

Diferentemente do que ocorre muitas vezes nesse tipo de mensagem, nesse caso, o risco é real e concreto. O Instituto Nacional do Câncer, através de sua Coordenação de Prevenção e Vigilância do Câncer, emitiu em março passado uma nota técnica sobre a dioxina, em que confirma não só a toxicidade da substância, mas também admite seu potencial carcinogênico. 

Explica a nota que “a dioxina é um composto orgânico incolor e inodoro. É um subproduto espontâneo resultante de fenômenos e desastres naturais como a atividade vulcânica e os incêndios florestais, assim como da atividade do homem (indústria de plásticos, incineração, branqueador de papel e escapamento de gases de automóvel). A dioxina se encontra em todas as áreas onde haja atividade industrial, tanto no solo, na água e no ar, como nos alimentos - até mesmo no leite materno. Em geral, o risco de contato por inalação e contato dérmico é baixo”.

No aspecto alimentar, o Inca explica que “a dioxina detectada na terra, em sedimentos e suspensa na água será absorvida pelas plantas e subseqüentemente ingerida por animais e armazenada no tecido adiposo deles. O consumo de tecidos animais e vegetais (incluindo as verduras) é o modo de entrada da dioxina no corpo humano”.

Outro modo dos seres humanos terminarem a ingerindo é justamente pelo aquecimento de plásticos contendo alimentos, o que ocorre rotineiramente no uso do microondas.

AmbienteBrasil conversou com a toxicologista Silvana Turci, chefe da Área de Vigilância do Câncer relacionado ao Meio Ambiente e ao Ambiente de Trabalho do Inca. Ela explica que a dioxina é um subproduto gerado no processo de fabricação do plástico e que, a princípio, nem a indústria teria como aferir a qualidade da matéria-prima quanto a essa contaminação. Isso porque, no Brasil, apenas um laboratório, da Petrobras, tem aparato técnico nesse sentido.

Assim, qualquer plástico pode conter dioxina, desde brinquedos a garrafas PET. Porém, em condições normais de temperatura, o composto não é liberado. Visto que não há como ter segurança quanto à presença ou não da dioxina num plástico específico, vale o princípio da precaução. Ou seja, o recomendável é que nunca se aqueça alimentos no microondas em recipientes desse material. O melhor é transferir a comida para vasilhas de vidro que suporte o calor (temperado). Essa cautela se aplica também para as bandejas de espuma em que são acondicionadas lasanhas e outras massas, por exemplo.  

Tal cuidado é simples e pode evitar danos sérios à saúde. Segundo a nota técnica do Inca, a dioxina se acumula no tecido gorduroso de animais e todos os estudos realizados com eles têm revelado o potencial cancerígeno do composto, mesmo em baixas doses.

“É uma substância com efeito cumulativo e residual a longo prazo. O tempo de meia vida é de, em média, 7 anos”, diz o alerta, informando ainda que alguns estudos têm relacionado a exposição a dioxinas com problemas reprodutivos e deficiências do sistema imunológico.

Outra advertência

Mas em relação ao filme plástico, tão utilizado para embalar alimentos? Silvana Turci explicou a AmbienteBrasil que esse uso também implica em riscos, embora a via de contaminação seja diferente. O problema, segundo ela, é que os compostos tóxicos presentes no plástico – principalmente os clorados – são solúveis em gorduras e isso faz com que sejam atraídos por elas.

Na prática, um sanduíche com manteiga ou requeijão, por exemplo, pode ser contaminado por esses compostos e, de novo, o melhor é aplicar o princípio da precaução.

A mãe que envia o lanche do filho para a escola pode lançar mão do papel alumínio, que não apresenta esse problema. Mas, para Silvana Turci, o ideal mesmo seria a retomada de hábitos antigos, como acondicionar o sanduíche ou a fruta em um pano de prato, num saquinho de papel ou – para os mais adeptos da modernidade – num pedaço de papel toalha.

Desinformação

Um dos maiores inimigos do consumidor ainda é a falta de um alerta maciço sobre esses necessários cuidados e, também, as informações truncadas que, muitas vezes, terminam circulando, sobretudo no território livre da internet. 

Um caso clássico é o dos absorventes internos, que foram foco de um e-mail alarmista – e equivocado –, advertindo sobre a presença de dioxina neles. A mensagem levou a marca Tampax a garantir, em seu site, que o produto fabricado por eles não contém a substância.

“Este é um aspecto que tomamos com a maior seriedade e responsabilidade, pois foi comprovado em experimentos independentes de laboratório que a dioxina (conhecida tecnicamente como 2,3,7,8-tetraclorodibenzodioxina) tem produzido câncer”, diz o texto.

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CLÁUDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo

Um casal de Timóteo (216 km de Belo Horizonte) luta na Justiça pelo direito de ensinar seus filhos em casa. Adeptos do homeschooling (ensino domiciliar), movimento que reúne 1 milhão de adeptos só nos EUA, eles tiraram os filhos da escola há dois anos, o que é proibido pela legislação brasileira. Eles atribuem a decisão à má qualidade do ensino do país.

Cléber e Bernadeth Nunes respondem a processos nas áreas cível e criminal -se condenados, podem perder a guarda dos filhos. Ontem, na audiência do processo criminal movido contra eles, por abandono intelectual, o juiz Ronaldo Batista ouviu Davi, 15, e Jônatas, 14, que garantiram não terem sido obrigados pelos pais a deixarem a escola.

O próximo passo determinado pelo juiz será uma avaliação socioeducacional dos meninos feita por peritos. Também foram arroladas duas testemunhas de defesa do casal. Ainda não há uma data prevista para a próxima audiência.

Cléber e Bernadeth respondem também a uma ação cível por infringir o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que já resultou em uma condenação: pagamento de multa de 12 salários mínimos e obrigação de rematricular os filhos. O casal recorreu da decisão.

É um absurdo. Estão tratando a gente da mesma forma que tratam os pais que negligenciam a educação dos filhos, que os retiram da escola para pedir esmola nos sinais, diz Nunes, 44, designer gráfico autodidata, que abandonou os estudos formais no primeiro ano do ensino médio. A mulher é decoradora e cursou até o segundo ano da faculdade de arquitetura.

Para demostrar que o ensino em casa é eficiente, Cléber Nunes diz ter incentivado os filhos a prestar o vestibular na Fadipa (Faculdade de Direito de Ipatinga), escola particular da região, no início do ano. Eles foram aprovados em 7º e 13º lugar. O resultado virou peça de defesa no processo.

Meus filhos estão muito mais adiantados nos estudos do que se estivessem na escola, garante o pai. Segundo ele, a rotina escolar doméstica começa às 7h com a leitura da bíblia. Não temos uma religião definida. Não somos nem católicos, nem evangélicos. Nos EUA, o homeschooling é praticado por grupos religiosos.

Os meninos aprendem retórica, dialética e gramática, aritmética, geometria, astronomia, música e duas línguas estrangeiras -inglês e hebraico. Ao todo, estudam em média seis horas por dia.

Podemos fazer muito mais por eles do que o ensino que estavam recebendo na escola pública. Todo mundo sabe que a escola brasileira vive uma deficiência crônica, afirma Nunes.
O Ministério Público diz que o casal violou princípios constitucionais e contrariou o Código Penal, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que exigem matrícula no ensino formal.

Os Nunes foram denunciados ao Conselho Tutelar em 2007 por um morador da cidade. Vamos lutar até as últimas conseqüências pelo direito de educar nossos filhos, diz Nunes, que tem uma filha de 1 ano.

O homeschooling é regulamentado em países como Canadá, Inglaterra, México e alguns Estados dos EUA. Ao todo, 2 milhões de crianças seguem esse sistema de ensino, segundo a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).

Convívio escolar

Educadores afirmam que a função da escola vai muito além do ensino e que o convívio escolar tem um papel importantíssimo na vida da criança e do adolescente. Por outro lado, reconhecem que a reivindicação do casal Nunes, no âmbito individual, faz algum sentido.

Para a educadora Guiomar Namo de Mello, que já foi secretária municipal de Educação em São Paulo e membro do Conselho Nacional de Educação, a escola não é necessária apenas pelo conhecimento que transmite, mas pelo contexto no qual ele é transmitido.

É fundamental que a criança constitua conhecimentos, que ela aprenda a negociá-los, a compartilhá-los. A família pode fornecer condições de socialização de outras formas, mas o difícil é ter esse contexto de sala de aula, de coletivo.

Por outro lado, Mello diz entender a posição dos pais que reivindicam o direito de ensinar os filhos em casa porque a escola pública hoje dificilmente oferece essas condições. Do ponto de vista estritamente individual dá para compreender a atitude dos pais. Mas tem o ponto de vista maior, que é preservar uma política pública. Não dá para deixar que cada um resolva a escolaridade do seu filho à sua maneira.

Professor titular da Faculdade de Educação da USP, Nelio Bizzo argumenta que os pais não têm apenas o direito de ter escola para os filhos, mas os seus filhos têm, igualmente, o direito à escola. O ordenamento jurídico não faculta a matrícula na faixa etária do ensino fundamental, mas a obriga.

Para ele, o homeschooling tem fundamento teórico para pessoas com orientação religiosa muito específica (como os quackers), mas não para as demais. Privar a criança do convívio social, com crianças de sua idade, está mais do que provado, não contribui para seu desenvolvimento pleno.

Na avaliação de Carlos Roberto Jamil Cury, professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, a escola é também uma forma de socialização institucional voltada para a superação do egocentrismo. O amadurecimento da cidadania só se dá quando a pessoa se vê confrontada por situações onde o respeito de seus direitos se põe perante o respeito pelo direito dos outros.

Segundo ele, o processo de educação escolar limitado ao âmbito familiar corre o risco de reduzir o campo de um pertencimento social mais amplo. Ele diz, porém, ser compreensível o pleito dos pais porque a educação escolar doméstica era aceita antes da Constituição de 1988 e também por haver um caráter genérico em determinadas declarações internacionais, das quais o Brasil é signatário. Por isso é preciso explicitar as razões da obrigatoriedade e insistir na importância do ensino com a presença dos alunos em instituições.
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Exame da Unesco revela resultado pífio, especialmente em matemática

Estadão (2406)

A metade dos alunos da 3ª série do ensino fundamental do Brasil não demonstra o conhecimento esperado em leitura e matemática. Na 6ª série, há avanços em leitura e a metade dos estudantes está dentro da meta. Em matemática, a situação continua ruim. Os dados, que confirmam os resultados ainda muito baixos do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), são de uma pesquisa do Laboratório Latino-Americano de Avaliação da Qualidade da Educação, ligado à Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), feita em 16 países da América Latina.

O estudo mostra que, com algumas raras exceções, o Brasil partilha da mesma sina de má qualidade educacional dos demais países latino-americanos. O único que realmente foge à regra em todos os níveis estudados é Cuba, em que a maioria dos estudantes, em ambas as séries e em todas as disciplinas, aparece no nível mais alto de aprendizagem. Alguns, como Chile e Costa Rica, México e Uruguai, têm situações melhores do que a brasileira, mas ainda têm muitos alunos nos níveis mais baixos de aprendizagem.

?SUB-1? EM MATEMÁTICA

O estudo foi feito com provas em turmas de 3ª e 6ª série do ensino básico em leitura, matemática e ciências - o Brasil, no entanto, não participou do exame de ciências. Incluiu 100.752 estudantes de 3ª série e 95.288 de 6ª série de 16 países. Para serem considerados aptos para a série que estão, os alunos teriam que ter alcançado os níveis 3 e 4 de uma escala que começa em sub-1.

A única série em que pelo menos a metade dos estudantes chega aos níveis 3 e 4 é a 6ª, mas apenas em leitura. Nesse caso, a nota brasileira supera a média da região, mas o mesmo acontece com Cuba, Costa Rica, Chile, Colômbia México e Uruguai.

Nas outras séries, o Brasil fica na média da região e metade dos estudantes brasileiros fica apenas nos níveis 1 e 2 de aprendizagem. Mais do que isso, em matemática na 3ª série, mais de 10% ficam no nível sub-1 - ou seja, não conseguem identificar informações básicas em textos simples.

De um modo geral, República Dominicana, Nicarágua e Panamá tiveram os piores resultados. Do outro lado, além de Cuba, com os melhores resultados, aparecem normalmente Chile e Costa Rica.

DESIGUALDADE

O estudo mostrou, ainda, a influência que o Produto Interno Bruto (PIB) e a desigualdade social têm nos resultados educacionais. Quanto maior o PIB, melhores os resultados. Quanto maior a desigualdade, piores os resultados. Apesar de ter a maior riqueza da América Latina, os resultados brasileiros apenas razoáveis na comparação com os vizinhos podem ser explicados pelo fato de o Brasil ser o país mais desigual das Américas e um dos mais desiguais do mundo.

 

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Projeto que obriga escolas a ensinarem música vai a sanção de Lula

(Isabel Braga)

BRASÍLIA - A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou nesta quarta-feira, em caráter conclusivo, projeto que inclui a música como conteúdo obrigatório na educação básica. Já aprovada pelo Senado, a proposta - que estabelece ainda que as aulas de música deverão ser ministradas por professores com formação específica na área - segue agora para a sanção presidencial. Os estabelecimentos de ensino terão três anos para se adaptarem à nova exigência.

De autoria da senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), o projeto altera a Lei de Diretrizes e Base da Educação (LDB). Atualmente a LDB já prevê o ensino de arte nos ensinos fundamental e médio, mas não especifica o conteúdo. A senadora Roseana argumenta que da forma como está hoje, a LDB dá margem a ambigüidades, já que a expressão ensino de arte permite várias interpretações e normalmente as escolas optam por práticas diversas de educação artística, sem dar espaço para o ensino da música.

O relator da proposta na Comissão de Educação e Cultura da Câmara, foi o deputado e cantor Frank Aguiar (PTB-SP). Favorável ao projeto, Frank Aguiar também destacou em seu relatório que a senadora Roseana deu voz a uma antiga reivindicação de educadores, músicos, estudantes e pais. Aguiar afirma que, embora a LDB já obrigue o ensino de arte na educação básica, a maior parte dos estabelecimentos não usa a arte como algo essencial ao processo pedagógico.

Isso se revela na contratação de profissionais não qualificados, na diminuta carga horária, no menosprezo pelo conteúdo de arte em relação às disciplinas tradicionais. Além disso, a maior parte das escolas opta pela contratação exclusiva de professores de educação artística, reduzindo significativamente o potencial do contato pedagógico dos estudantes com a música, diz Frank Aguiar, em seu relatório.

Na CCJ, o projeto foi relatado e aprovado pelo deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), que crê que a iniciativa irá estimular a descoberta de novos talentos:

- Acredito que a receptividade será a melhor possível. O ensino da música dentro de Artes permite um aumento da cultura, capacitação. Além disso, música é alegria.


O Globo, 26 jun. 2008.
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A média dos estudantes brasileiros no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) cresceu em todas as etapas do ensino médio, entre 2005 e 2007, segundo o MEC (Ministério da Educação). Apesar do aumento nas notas, as médias continuam baixas.

Entre as quartas séries, as médias aumentaram de 3,8 para 4,2. Na oitava série, de 3,5 para 3,8 No ensino fundamental está o pior quadro: a média subiu apenas um décimo, de 3,4 para 3,5.

Apesar de resultados baixos, o MEC considera que há avanços devido à superação de metas. Segundo a pasta, a expectativa de nota para as quartas séries, oitavas séries e ensino médio eram de 3,9, 3,5 e 3,5, respectivamente. As notas vão de zero a dez.

As regiões Norte e Nordeste, que tinham as menores notas, obtiveram também as maiores variações, mas mantém as notas baixas. O ensino médio da região Norte, por exemplo, não conseguiu passar dos três pontos, ficando no patamar de 2,9, mesmo número de 2005 e meta para esse ano.

O Ideb avalia todas as unidades da federação foram avaliadas nos três níveis, gerando 81 índices. Destas, apenas duas foram iguais a 5,0 --as dos estudantes de quarta série do Paraná e do Distrito Federal. Nenhuma passou da metade dos pontos possíveis.

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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