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Erika Klingl
Da equipe do Correio

Denise BenevidesGDF

Arruda entregou ontem o comando da Secretaria para Educação Integral a Alceni Guerra (d)

 

O ano letivo de 2008 deve trazer uma série de novidades para a rede pública de ensino do Distrito Federal. O governador José Roberto Arruda anunciou três delas ontem, em solenidade no Palácio do Buriti. A medida mais importante é a criação da Secretaria Extraordinária para Educação Integral do DF, que terá a missão de criar uma política de turno e contraturno para todos os alunos matriculados no ensino fundamental. Ou seja, o tempo de permanência das crianças e adolescentes em sala de aula será aumentado e os alunos terão direto a almoço e, pelo menos, duas merendas. Hoje, os estudantes passam pouco mais de quatro horas na escola. Com a medida, poderão ficar até oito horas sob os cuidados dos professores.

Para especialistas, o ensino integral é uma ferramenta eficiente na melhoria do desempenho escolar dos alunos e também no combate ao trabalho infantil. Para cuidar da secretaria, tomou posse ontem o deputado federal Alceni Guerra (DEM-PR), que implantou o ensino integral na sua cidade natal, Pato Branco (PR), entre os anos de 1997 e 2000. “Lá eram 10 mil crianças na rede. Aqui são 500 mil. O desafio é enorme, mas estou convencido de que é possível criar o ensino integral no DF sem a construção de novas escolas. Só dependemos dos diretores”, disse Guerra. A posse do novo secretário foi concorrida e contou com a presença de vários senadores e deputados do DEM, além de três ex-ministros da Educação: Hugo Napoleão (DEM), Paulo Renato (PSBD) e Cristovam Buarque (PDT).

A proposta, de acordo com o novo secretário, é atender inicialmente os 380 mil alunos dos nove anos do ensino fundamental. “Minha meta é alcançar todos esses estudantes no ano que vem. Os ensinos infantil e médio a gente vê depois”, comentou Alceni Guerra. Ele admitiu, no entanto, que não há obrigatoriedade de os diretores criarem o ensino integral em suas escolas. “Não haverá uma portaria ou decreto obrigando as escolas a aderirem, mas vamos motivá-los”, resumiu.

Para o governador Arruda, não há garantias da participação de todas as escolas na proposta. “Vamos contar com a criatividade dos diretores e professores para aderir ao programa. Podem ser as 620 escolas de uma vez, mas, se for só uma, já valeu a pena”, disse. A princípio, a secretaria trabalhará para encaixar os estudantes em atividades extra-curriculares no turno em que eles não estiverem em sala de aula. Podem ser, por exemplo, aulas de educação física em ginásios do GDF, artes e música em teatros públicos ou reforço escolar em locais cedidos pela comunidade. Caberá a cada diretor desenvolver um plano para o ensino integral da escola, que se adapte às ofertas e características da região em que a escola funciona.

Gastos
O governo local ainda não sabe quanto vai custar a nova política. De acordo com Alceni Guerra, na posse dos novos diretores, em janeiro, eles receberão o custo da proposta por aluno para que façam o planejamento. Além de lidar com esse dinheiro, os diretores de todas as escolas do DF vão gerir o orçamento repassado diretamente pela Secretaria de Educação para pagamento de contas de consumo, como água e luz, além de compra de materiais de escritório, limpeza e pequenas reformas. Essa foi outra medida assinada ontem pelo governador Arruda. “A descentralização dos recursos é fundamental para o processo de gestão compartilhada, que vai deixar mais eficiente o gasto de dinheiro do governo e melhorar o aprendizado dos alunos”, defendeu o secretário de Educação, José Luiz Valente.

Uma coisa é certa. Serão necessários mais professores na rede para garantir o funcionamento do ensino integral. Atualmente, são 28 mil. Para o governador Arruda, a saída é a volta, para a sala de aula, de professores cedidos e licenciados. Segundo ele, cerca de 5 mil docentes poderiam estar lecionando, mas ocupam cargos em órgãos dos executivos local e federal, além dos poderes Judiciário e Legislativo. Por meio de um decreto, também assinado ontem, Arruda proibiu novas cessões de professores. “A idéia é garantir o retorno de todos eles até o primeiro dia de aula”, disse o governador.

Nas contas da Secretaria de Educação, no entanto, o retorno será menor porque muitos desses profissionais estão em cargos comissionados da própria secretaria ou em órgãos especiais que podem recrutar funcionários, como é o caso da Presidência da República. A equipe de José Luiz Valente calcula o retorno de mil docentes para as salas de aula em 2008. ( Fonte: Correio Braziliense)


 

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Pesquisa internacional coloca o país em 54º no ensino dos números e em 50º nas letras. DF é o mais bem colocado no ranking nacional

Correio Braziliense

Compreensão de leitura, matemática e ciências não são pontos fortes dos estudantes brasileiros de 15 anos. É o que atesta o relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O documento aponta Taiwan (549 pontos), Finlândia (548), Hong Kong e Coréia do Sul (547) com as melhores performances em matemática. Nesse quesito, o Brasil ficou em 54º, com 370 pontos, à frente de Tunísia, Catar e Cazaquistão.

Na categoria leitura, Coréia do Sul (556 pontos), Finlândia (547) e Hong Kong (536) lideram a lista. Com uma média de 393 pontos, o Brasil ficou em 50º lugar e conseguiu superar apenas Montenegro, Colômbia, Tunísia, Argentina, Azerbaijão, Catar e Cazaquistão. Na quinta-feira passada, o Pisa revelou que o Brasil é apenas o 52º no ensino de ciências, com 390 pontos.

Claire Shewbridge, analista da OCDE, afirmou ao Correio que o Brasil ficou bem abaixo da média dos países da OCDE nos dois testes: 492 em leitura e 498 em matemática. A média mundial é de 488 em matemática, 492 em leitura e 500 em ciências. “O Brasil mostrou performance similar à de estudantes argentinos (374 pontos)”, lembrou. “O Chile tem o melhor aproveitamento da América do Sul na avaliação geral.” De acordo com a britânica, os 10% melhores alunos brasileiros ficaram acima da média no teste de ciências, com mais de 510 pontos. Mas os 10% piores marcaram menos de 282. “O Pisa é útil para os países compararem seu sistema educacional. Ele lhes permite ver como muitos alunos correm o risco de ficar para trás”, disse Claire.

Pela primeira vez os dados do Pisa foram divulgados por estado. As provas foram aplicadas em agosto de 2006, em 625 escolas de 390 municípios. Desde 2003, o Brasil apresentou ligeiro avanço em matemática. Saiu de 356 para 370 pontos, mas caiu 10 pontos em leitura, de 403 para 393. Otimista, o ministro da Educação, Fernando Haddad, acredita que o resultado negativo vai permitir a melhora na atuação do MEC. “Em um país como o Brasil fica difícil para o gestor público, que tem diante de si cerca de 200 mil escolas, atuar”, avaliou. A solução só deve ocorrer a longo prazo, a exemplo de países como Chile e Irlanda, que colheram os frutos dos investimentos em educação em 15 e 30 anos, respectivamente. “Embora o Chile não esteja na média da OCDE, é a prova de que o investimento tem retorno.”

Regiões
O resultado por região colocou o Nordeste nos índices mais baixos, enquanto o Sul teve o melhor desempenho. O Centro-Oeste ficou em segundo lugar em matemática e ciências e o Sudeste se destacou em leitura. Apesar do quadro regional ficar dentro do esperado, os indicadores do Pisa para a qualidade da educação no país surpreenderam o MEC. O ministério esperava que São Paulo, onde o investimento por aluno é até três vezes maior que em estados do Norte e do Nordeste, puxasse os resultados do Brasil para cima, o que não ocorreu. O estado apresentou um desempenho fraco. Abaixo da média do país em ciências (385) e leitura (392) e com a mesma média nacional em matemática (370).

Na contramão, o Sergipe teve 385 pontos em matemática — 15 a mais que a média nacional. “Paraíba (395) e Sergipe (408) ficaram acima da média nacional em leitura (393)”, acrescenta Haddad. Santa Catarina e Distrito Federal foram os destaques. O DF lidera em ciências, com 447 pontos, 57 acima da média nacional, e em matemática, com 431 pontos, 61 acima da média. Com 431 pontos, Santa Catarina foi o mais bem colocado em leitura. Para melhorar a imagem da educação no cenário externo, Haddad e o ministro extraordinário do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Mangabeira Unger, anteciparam algumas medidas do governo.

As iniciativas interministeriais têm três alvos: cuidar do elo fraco do sistema educacional, o ensino médio; usar a rede de ensino para mudar o método pedagógico da educação pública; e criar um modelo de ensino técnico. A segunda portaria prevê a união dos poderes em favor da educação para acabar coma as desigualdades.


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Brasileiros no fim da lista

400 mil
é o número de estudantes de 57 países avaliados pela pesquisa Pisa, da OCDE

54ª
é a colocação do Brasil em conhecimentos de matemática. O país obteve 370 pontos

50ª
é a posição do país em leitura, com 393 pontos, 10 a menos do que em 2003

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Brasil é 76º em ranking de educação

(Fonte: CVL)


ParisNova Iorque 29 de novembro - O número de crianças começando a educação primária cresceu muito desde 2000, há mais meninas na escola do que antes e gastos com educação e auxílio subiram. Essas são as boas notícias, de acordo com a sexta edição do Relatório de Monitoramento Global do Educação para Todos (EPT) lançado pela UNESCO hoje (leia, na íntegra do relatório, informações sobre o Brasi*l). No entanto, o lado negativo é que os altos custos do ensino e persistentes níveis altos de analfabetismo de adultos estão prejudicando as chances da educação para todos* ser atingida até 2015.

Estamos no caminho certo, mas quando sistemas de educação se expandem, eles enfrentam desafios mais específicos e complexos, diz Koichiro Matsuura, Diretor-Geral da UNESCO. O relatório mais recente do EPT identifica esses desafios claramente: atingindo os mais vulneráveis e desfavorecidos, melhorando as condições de aprendizagem e aumentando o auxílio.

Nesse meio do caminho, a nossa avaliação tende a ser positiva, mas ainda há muito o que fazer para que as metas sejam atingidas até a data alvo de 2015. Os países e regiões mais distantes do compromisso de educação para todos avançaram muito mais rápido do que na década de 90, diz Nicholas Burnett, diretor do relatório de 2008 e recentemente nomeado Diretor-Geral Assistente de Educação. Boas políticas nacionais e maior gasto doméstico apoiado por auxílio externo estão claramente fazendo a diferença na vida de milhões de crianças, como por exemplo, em Burquina Fasso, Etiópia, Índia, Moçambique, República Unida da Tanzânia, Yemen e Zâmbia.

Esse relatório mostra que a matrícula em escolas primárias aumentou 36% na África Sub-Sahariana e 22% no Sul e Oeste da Ásia entre 1999 e 2005. Governos em 14 países abolirão a cobrança de taxas para a educação primária, uma medida que favoreceu o acesso para os mais desfavorecidos. No mundo inteiro o número de crianças fora da escola reduziu drasticamente de 96 milhões para 72 milhões em 2005.

Países onde matrículas em escolas primárias subiram muito geralmente aumentaram seus gastos com educação em relação ao PNB. Gastos públicos em educação aumentaram mais de 5% anualmente na África Sub-Sahariana, e no Sul e Oeste da Ásia, as duas regiões mais distantes em relação ao Educação para Todos.

Entre 1999 e 2005, mais 17 países atingiram a paridade de gênero na educação primária, com um número igual de meninos e meninas freqüentando a escola. Dentre esses estão inclusos Gana, Senegal, Malaui, Mauritânia e Uganda; 19 países atingiram paridade na educação secundária, dentre eles, Bolívia, Peru e Vietnam. Como conseqüência, a paridade de gênero em educação foi atingida em 63% dos países no nível primário e 37% no nível secundário em 2005.

Auxílio para a educação básica em países de baixa renda mais do que dobrou entre 2000 e 2004 antes de cair em 2005. Em 2005, países de baixa renda receberam US$ 2.3 bilhões para a educação básica, uma quantia mais alta do que os US$ 1.6 bilhões recebidos em 1999.

Mesmo com esse progresso animador, a linha de chegada permanece distante. O Índice de Desenvolvimento do Educação para Todos (EDI), calculado para 129 países, mostra que 25 desses estão longe de atingir o EPT. Aproximadamente dois terços desses países estão na África Sub-Sahariana, mas Bangladesh, Índia, Nepal, Mauritânia, Marrocos e Paquistão também estão inclusos. (O relatório avisa que o número de países com baixos resultados seria maior se dados estivessem disponíveis para todos os países, incluindo países em conflito ou pós-conflito com baixos níveis de desenvolvimento educacional).

Cinqüenta e três países estão em posição intermediária. Nesse grupo, as taxas de participação na educação primária são freqüentemente altas, mas a baixa qualidade da educação e baixos níveis de alfabetismo em adultos fazem com que o valor do EDI caía. Adicionalmente baseado em projeções das tendências atuais, 58 dos 86 países que não atingiram a educação primária universal não irão atingi-la até 2015.

Enquanto isso, meninas ainda correspondem por 60% das crianças fora da escola nos Estados Árabes e 66% no Sul e Oeste da Ásia. As projeções com base nas tendências atuais mostram que o objetivo de eliminar as disparidades de gênero nos níveis primários e secundários da educação não será atingido até 2015 em mais de 90 dos 172 países. (Em vários países, especialmente na América Latina, Caribe, América do Norte e Europa Ocidental, isso é porque há um maior número de meninas do que meninos na educação secundária.)

O custo continua a limitar o acesso. Mesmo com as provisões constitucionais na maioria dos países que garantem educação primária gratuita, a maioria das crianças em escolas primárias públicas sofre algum tipo de cobrança, que de vez em quando pode representar até um terço da renda domiciliar.

A baixa qualidade da educação é uma questão global que está recebendo uma crescente atenção política. Entre os países em desenvolvimento em especial, o desafio de melhorar a qualidade envolve lidar com as altas taxas de evasão, baixo desempenho dos alunos, falta de professores e tempo de ensino insuficiente. Mesmo que a proporção tenha melhorado um pouco desde 1999, menos de 63% de alunos chegaram à última série da escola primária em 17 países da África Sub-Sahariana que possuem dados disponíveis, enquanto menos de 80% conseguiram o mesmo em países do Sul e Oeste da Ásia. Em vários países africanos menos da metade dos alunos que começaram a educação primária chegam à última série. Ainda mais, avaliações de aprendizagem nacionais em vários países em desenvolvimento indicam que até 40% dos alunos não atingem um padrão de educação mínimo em matemática e na alfabetização.

Para lidar com o aumento de matrículas, a maioria das regiões em desenvolvimento enfrenta a necessidade de contratar novos professores. No total, o mundo necessitará de 18 milhões de novos professores para a educação primária até 2015. A África Sub-Sahariana, o Leste, Sul e Oeste da Ásia, como também a região do pacífico precisarão de quase quatro milhões de novos professores para a educação primária.

Muitos países na África Sub-Sahariana dependem de professores temporários para preencher lacunas. Algumas vezes esses professores podem corresponder a 50% de todos os educadores, eles normalmente recebem menos treinamento e salários mais baixos do que suas contrapartes, servidores públicos de carreira. O relatório solicita políticas para atualizar e profissionalizar professores temporários sem treinamento, para que esses possam, a longo prazo, serem integrados à carreira.

O relatório lamenta que governos nacionais e doadores tenham focalizado na educação primária formal ao custo de programas para a primeira infância e de alfabetização de adultos. Esses programas têm um impacto direto na educação primária universal, paridade de gênero e redução da pobreza. Crianças das famílias mais pobres são as que mais se beneficiariam dos programas de educação e de atendimento a criança. Mesmo com medidas em vários países para expandir o acesso a educação pré-primária, os níveis de participação permanecem abaixo de 20% nos Estados Árabes e na África Sub-Sahariana, e abaixo de 40% no Sul e Oeste da Ásia em média.

O relatório identificou que governos também estão negligenciando a alfabetização para adultos: no mundo inteiro, 774 milhões de adultos - quase 1 em 5 - carecem de habilidades básicas de leitura e escrita. Mais de três quartos desses adultos vivem em apenas 15 países. A alfabetização das mulheres em especial tem uma forte influência na educação e saúde de uma criança, mesmo assim elas ainda correspondem por 64% dos adultos analfabetos no mundo inteiro. Baseado nas tendências atuais, 72 dos 101 países para quais projeções foram calculadas não terão êxito em reduzir pela metade as taxas de analfabetismo até 2015.

Financiamento externo para educação básica permanece em uma quantia bem menor do que os US$ 11 bilhões anuais necessários para que o EPT seja atingido por países de baixa renda. Essa quantia insuficiente tem como alvo países da África Sub-Sahariana e países que enfrentam situações de fragilidade. A França, Alemanha, Japão, os Estados Unidos e o Reino Unido são os cinco maiores doadores para a educação, mas os três primeiros alocam menos de um terço de seu auxílio para o nível básico. Esse relatório indica que muitos dos doadores estão colocando uma prioridade excessiva em educação pós-secundária.

A maioria dos países que atingiram o EPT, ou que estão perto disso estão localizados na América do Norte e Europa, mas essa categoria também inclui a Argentina, Brunei Darussalam, Bahrain, México e a República da Coréia. A Noruega se encontra no topo do Índice de Desenvolvimento do Educação para Todos, seguida pelo Reino Unido, Eslovênia, Suécia, República da Coréia e Itália.

************

O Relatório completo, relatório resumido e informações adicionais estão disponíveis na www.efareport.unesco.org

* O Relatório de Monitoramento Global do EPT é uma publicação anual preparada por uma equipe independente da UNESCO. Eles monitoram o progresso dos seis objetivos do Educação para Todos adotados em Dakar, Senegal, em 2000:

1) expandir e melhorar atendimento e educação para a primeira infância.

2) fornecer educação primária universal gratuita e obrigatória até 2015.

3) eqüidade de acesso a programas de aprendizagem e de habilidades para a vida.

4) melhorar em 50% as taxas de alfabetização de adultos.

5) eliminar disparidades de gênero em educação primária e secundária até 2005 e em todos os níveis até 2015.

6) melhorar todos os aspectos de qualidade na educação.

UNESCO como a agência coordenadora líder do movimento Educação para Todos está mobilizando e harmonizando esforços internacionais de governos, agências de desenvolvimento, sociedade civil, organizações não-governamentais e mídia para atingir esses objetivos.

* http:www.unesco.orgeducationgmr2008pressFull-report.pdf

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A educação brasileira costuma chamar atenção no cenário internacional por dois motivos – um bom e outro ruim. O negativo diz respeito ao nível do ensino. Entra ranking, sai ranking, e o Brasil aparece invariavelmente nas últimas posições. O outro motivo para o país sobressair diante dos demais é positivo e merece destaque. Poucos países possuem um sistema para aferir a qualidade do ensino tão abrangente e eficaz. Ele permite rastrear com precisão as dificuldades em sala de aula e chegar, enfim, a um diagnóstico dos problemas. Até então, no entanto, os dados serviram basicamente para subsidiar os teóricos – e quase nenhum uso se fez deles no campo prático. O Ministério da Educação (MEC) deu um notável passo adiante ao criar um sistema segundo o qual as escolas públicas passarão a ter metas de desempenho e serão cobradas por isso, justamente com base nas avaliações. Algo semelhante acaba de ser anunciado pela Secretaria Estadual de Educação em São Paulo – e surpreendeu os observadores por ser ainda mais radical nas medidas. Neste caso, as escolas não só terão objetivos concretos a atingir como, ainda, uma expressiva melhora no nível das aulas será premiada com bônus de até três salários a mais por ano para cada funcionário. Diz a secretária de Educação, Maria Helena Guimarães: Só com um sistema capaz de reconhecer o talento das pessoas é possível sonhar com um bom ensino. Funciona assim em outros países.

Uma das bases para o novo monitoramento das escolas em São Paulo será o Saresp, uma prova de matemática e leitura aplicada a 2 milhões de estudantes. Ela existe desde 1996, mas pela primeira vez o governo decidiu divulgar as notas das escolas  Esse novo levantamento – a partir do qual o progresso dos colégios será medido – primeiro reforça a idéia de decadência do ensino. O pior resultado foi em matemática. Ao final do ensino fundamental, os estudantes tiraram nota 3,3. Isso numa escala de zero a 10. Além de ter dado números às notórias deficiências, outro mérito do Saresp foi jogar luz sobre um raro conjunto de escolas públicas em que o ensino é de ótimo nível. Com isso, propagam-se exemplos como o da escola Theresa de Arruda Bailão, de Serra Negra, município de 25.000 habitantes no interior do estado. Ela é a melhor do ranking. Os alunos de lá, na maioria filhos de agricultores sem quase nenhum estudo, têm seus horizontes ampliados com a ajuda da diretora Ivone Pereira, há 25 anos em escolas públicas. Com um ônibus cedido pela prefeitura e dinheiro arrecadado em festas na escola, ela passou a levar as crianças para exposições de arte e bibliotecas. Foi a chance de Jonas Carra, 8 anos, e de alguns de seus amigos de pisar pela primeira vez num cinema. Essa escola é o máximo, diz o menino.


 


Um levantamento nos dez colégios do topo da lista revela a aplicação disciplinada de uma fórmula simples e eficiente. Além de diretores dispostos a encontrar soluções caseiras para a crônica falta de dinheiro, eles contam com professores bem treinados, prédios sem luxos mas bem-cuidados, incentivos variados à leitura e pais participantes da vida escolar. No colégio Marechal Mallet, em Campinas, outro dos campeões, a diretora, Maria Emília Gasparetti, é sempre a primeira a chegar e a última a sair. Ela traduz o clima predominante nas escolas em destaque no ranking: Todo mundo aqui sabe que está fornecendo às crianças um serviço, e, como qualquer outro, ele deve ser o mais personalizado possível. É algo raríssimo de ver no cenário das escolas brasileiras.

Em comparação com a média, os professores nesses oásis de bom ensino são visivelmente mais animados – e preparados – para o exercício da profissão, mas não ganham um centavo a mais por isso. No geral, eles dizem sentir-se reconhecidos e incentivados por iniciativas cuja maior qualidade é a simplicidade. Em Serra Negra, a diretora corre atrás de cursos de treinamento para os professores e organiza pessoalmente, para cada um, pastas nas quais inclui novos estudos sobre práticas pedagógicas e rankings de ensino. Com o programa de premiação às melhores escolas, eles passarão, enfim, a receber um incentivo concreto pelos resultados alcançados na sala de aula. Tem funcionado em outros países. O estudo mais abrangente sobre o assunto foi feito pelo americano Eric Hanushek, doutor em economia da Universidade Stanford. Ele calculou o efeito das várias medidas para melhorar o nível de ensino, entre elas o aumento do salário dos professores. Concluiu que nenhuma outra produz tanto impacto positivo quanto um sistema de cobrança de resultados e premiação ao mérito. Mais uma razão para prestar atenção na experiência de São Paulo.

Fonte: Revista Veja

 

 

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Ministro defende novo modelo de financiamento para universidades federais. A idéia é ter repasses de recursos estáveis e a longo prazo. Em troca, instituições aumentariam oferta de cursos de magistério para formar professores da educação básica.

O 1º Fórum das Instituições Federais de Ensino Superior discutiu até quarta-feira, 28, na sede do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília, soluções para os principais problemas enfrentados pelas universidades públicas federais. Entre as dificuldades do setor está a necessidade de assegurar recursos para financiamentos de longo prazo.

O encontro, aberto na terça-feira, 27, reuniu representantes das instituições de ensino, do TCU, dos ministérios da Educação, da Saúde, do Orçamento, Planejamento e Gestão e das comissões do Congresso Nacional ligadas à educação, entre outros.

Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, que participou da abertura, um dos problemas que exigem solução urgente é a garantia de um horizonte estável de financiamento.

O 1º Fórum das Instituições Federais de Ensino Superior discutiu até quarta-feira, 28, na sede do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília, soluções para os principais problemas enfrentados pelas universidades públicas federais. Entre as dificuldades do setor está a necessidade de assegurar recursos para financiamentos de longo prazo.

O encontro, aberto na terça-feira, 27, reuniu representantes das instituições de ensino, do TCU, dos ministérios da Educação, da Saúde, do Orçamento, Planejamento e Gestão e das comissões do Congresso Nacional ligadas à educação, entre outros.

Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, que participou da abertura, um dos problemas que exigem solução urgente é a garantia de um horizonte estável de recursos para o setor. “Precisamos assegurar um financiamento para as universidades federais que seja encarado como política pública de Estado e que ultrapasse governos”, explicou. 

Haddad defendeu que uma nova formulação jurídica de financiamento para as universidades seja apresentada ao Congresso Nacional, em abril de 2008, com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). “Temos um plano plurianual de quatro anos, mas quando falamos em educação, precisamos garantir estabilidade nos próximos 20 anos”, disse Haddad.

Para o ministro, garantir repasse estável de recursos para as universidades federais deve trazer também compromissos das instituições. Um desses compromissos é o aumento da oferta de cursos de magistério para a formação de professores da educação básica. O maior aporte de recursos também deve vir acompanhado, segundo Haddad, de mais qualidade e acesso aos cursos superiores.

A qualidade da educação superior foi colocada pelo ministro como elemento fundamental para o desenvolvimento sustentável do país. Segundo ele, a excelência do ensino superior deve transbordar para a educação básica e para o mercado de trabalho. “Eu não acredito em solução para nenhum problema do Brasil que não passe pela universidade pública e,

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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