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Fernando Haddad (Educação) fez a afirmação ao comentar resultado do Enem, em que as particulares se saíram melhor

Para o ministro, se a rede particular fosse pior do que a pública, ela acabaria por falta de interessados em pagar por serviços inferiores

Folha de S.Paulo

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse ontem à Folha não ter se surpreendido com o fato de as escolas públicas terem, em média, pior desempenho do que as particulares no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

O exame mostrou que, neste ano, a média de todos os alunos que estudaram somente na rede pública na prova objetiva foi de 49,2, enquanto os que cursaram apenas a rede privada atingiram a média de 68, numa escala de zero a cem. O mesmo aconteceu na prova de redação, mas com diferença menor (55,3 das escolas públicas ante 62,3 das particulares).

No dia em que a rede privada for pior do que a pública, por definição, ela acabará, já que ninguém vai pagar para receber um ensino que pode obter gratuitamente e com mais qualidade, afirmou Haddad. Ele também reiterou que os resultados do Enem não podem ser comparados com os de anos anteriores, embora o MEC tenha destacado ontem, em informe, a evolução nas notas.

No ano passado, quando as médias pioraram, nós explicamos aos jornalistas que elas não podiam ser comparadas e que não se podia dizer, a partir daí, que a qualidade da educação piorou. Mesmo assim, muitos publicaram que a qualidade caiu. Neste ano, as médias melhoraram, mas continuamos dizendo que o Enem não permite comparações com anos anteriores, seja para dizer que o ensino está melhor, seja para dizer que está pior.

A razão principal que explica por que essa comparação não pode ser feita é que a prova aplicada num ano não segue o mesmo padrão de dificuldade do ano anterior. Se, por exemplo, o teste deste ano foi mais fácil, as médias vão aumentar, não porque os alunos são melhores, mas porque o nível de dificuldade caiu.

Se essa comparação fosse possível, o MEC registraria neste ano uma melhoria tão súbita e significativa que soaria irreal. Na prova objetiva em 2006, a média de todos os alunos foi de 36,9 pontos. Neste ano, essa mesma média ficou em 51,5. A comparação de um ano para o outro permitiria dizer que houve melhoria de 40% nas notas nesse período, algo absolutamente incomum numa área em que os resultados vêm a médio e longo prazo.

O ministro explicou também que, pela mesma razão, nem mesmo a comparação da distância entre a rede pública e a particular pode ser feita de um ano para o outro. Como o nível de dificuldade da prova pode variar, um teste muito fácil pode diminuir artificialmente a distância entre a rede pública e a privada, por estar nivelado por baixo. Da mesma maneira, questões muito difíceis podem aumentar a distância entre bons e maus alunos.

Os exames do MEC que permitem a comparação das notas de um ano para o outro são o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e a Prova Brasil. Ambos são realizados com o objetivo de comparar o desempenho da educação brasileira ao longo do tempo. Por isso, suas provas, aplicadas bianualmente, seguem o mesmo padrão de dificuldade.

A principal motivação dos estudantes que fazem o Enem é ingressar em universidades que aceitem o exame em seu processo de seleção ou tentar uma vaga no ProUni, programa do MEC que oferece vagas gratuitas para alunos carentes em instituições privadas.

Não é, portanto, um instrumento adequado para comparar médias de um ano para o outro, mas, sim, para dizer quem naquele ano obterá uma vaga no ensino superior.

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Precisamos reformar a escola pública e fazer
com que ela funcione, ao invés de acreditar que
uma privatização salvaria a educação brasileira

 

Quando se fala sobre os problemas da educação brasileira - e especialmente quando dizemos que até mesmos as escolas particulares não conseguem escapar totalmente das deficiências do sistema público, que forma seus professores - alguns costumam aventar a idéia de que todo o sistema educacional seja privatizado. A lógica é simples: se a escola particular é melhor do que a pública - ou menos ruim, ou um pouco melhor do que a pública, como ditar o viés do leitor - e, ainda pior, se parte do problema da escola particular é justamente causada pelas carências da escola pública ao formar a geração seguinte de professores, então o país ficaria melhor se toda a rede de ensino fosse privatizada.

A lógica tem o seu buraco, e o seu termo técnico é falácia de composição. Explico com exemplo. Você descobre um caminho novo para um lugar. Ao invés de demorar meia hora, pelo caminho novo você chega em dez minutos, porque através desse caminho o trânsito flui. Aí você chega à conclusão de que esse caminho é melhor do que o antigo. Mas ele não é intrinsicamente melhor. Ele é apenas melhor porque só você o conhece. Quando todos o conhecerem, o caminho novo fica engarrafado e perde o seu mérito. A aparente superioridade desse caminho novo é apenas uma função de sua exclusividade.

A grande vantagem do ensino privado sobre o público é sua capacidade de selecionar

Ocorre algo semelhante com o ensino particular. Sua grande vantagem sobre o ensino público é sua capacidade de selecionar. Em primeiro lugar, como vimos no artigo da semana passada, 80% da diferença de performance entre alunos da escola pública e particular é explicável pela diferença de status socioeconômico da família do aluno. Em segundo lugar, e igualmente importante, vem a capacidade de selecionar professores e funcionários. Em uma escola particular, o diretor pode contratar e promover os melhores. Se todas as escolas que hoje são públicas fossem privatizadas, porém, essas duas vantagens desapareceriam. Se você tem de trabalhar com todos os alunos e todos os professores, obviamente você não consegue selecionar os melhores.

Países de sucesso educacional têm
uma educação majoritariamente pública e de qualidade

Quando você pára pra pensar, é notável que tantos países do mundo eduquem tantos milhões de jovens todos os anos, ao longo de séculos, e o façam de maneira tão semelhante. Da Rússia stalinista à Inglaterra thatcheriana, a educação é uma atribuição do Estado, e a grande maioria da matrícula está em instituições públicas ou pelo menos financiadas pelo poder público. Mas alguém já disse que aquilo que sempre foi considerado certo em todos os lugares têm todas as possibilidades de estar errado, então muitos empreendedores (políticos e econômicos) resolveram desafiar a experiência histórica e criar mecanismos diferentes de administração e financiamento educacional. No Chile, há a escola subvencionada, em que as famílias dos alunos recebem um voucher. Nos EUA, se experimentam há anos com as escolas charter. Por enquanto, nenhuma dessas alternativas se mostrou exitosa, e os países de grande sucesso educacional têm uma educação majoritariamente pública e de qualidade.

Acredito que o Brasil deva trilhar o mesmo caminho. Precisamos reformar a escola pública e fazer com que ela funcione, ao invés de acreditar que uma privatização seria a bala de prata que salvaria a educação brasileira. Escola não é fábrica e professor não é operário. Precisamos ser pragmáticos e adotar aquilo que dá certo. De fetiches ideológicos já temos que chega em Brasília. Fonte: Veja online

 

 

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Estudantes da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), em Porto Alegre, denunciaram ato de racismo contra alunos de origem judaica.

O ato teria sido praticado contra alunos integrantes de uma das quatro chapas que concorrem a eleição do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da universidade. Um cartaz com propaganda eleitoral de uma das chapas foi pichado com uma suástica e com a frase fora judeus.

Segundo o delegado Gerson Mello, do 10º DP de Porto Alegre, o ato de racismo ocorreu neste final de semana e alunos de chapas concorrentes serão chamados para depor.

A eleição para o DCE acontecem entre terça-feira (20) e quinta-feira (22) e deve reunir 7.000 estudantes, segundo a comissão eleitoral.

A presidente da comissão eleitoral, Gabrielle Tototti, disse não acreditar em racismo praticado pelos próprios concorrentes. Apesar da denúncia, a eleição está mantida, segundo ela.

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Concluintes do ensino médio em escolas públicas tiveram nota média de 48,30 na prova objetiva, ante 68,72 na rede privada

Na prova de redação, diferença foi menor, com média de 54,84 para alunos da rede pública, ante 62,75 da particular

Folha de S. Paulo

Os estudantes de escola pública tiveram notas quase um terço menores em relação aos alunos de instituições particulares no último Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

Os alunos da rede pública que concluem neste ano o ensino médio não conseguiram acertar, em média, nem metade da avaliação: tiveram nota 48,30 -em uma escala de 0 a 100- na prova objetiva, composta por questões de múltipla escolha. Os da rede particular fizeram 20 pontos a mais: 68,72.

Os números levam em conta apenas os alunos que cursaram o ensino médio inteiro no mesmo sistema de ensino -público ou particular.
O Enem avaliou em agosto 795 mil estudantes com previsão de concluir o ensino médio neste ano (concluintes) e 1.297.810 egressos de outros anos -o exame é requisito para o aluno se inscrever no Prouni, programa do governo federal que dá bolsas a alunos carentes em instituições particulares e serve de base para o cálculo da nota de vestibulares.

Dos concluintes, 602 mil cursaram o ensino médio somente em escola pública e 149 mil só na particular.

Na prova de redação, a diferença entre a escola pública e a privada diminui, mas persiste. Os concluintes que fizeram o ensino médio só em escola pública tiveram média de 54,84, número 13% menor que o das particulares, que alcançaram a nota 62,75. Mesmo os que fizeram a maior parte do ensino médio em escola particular se saíram pior, com nota 59,11.

A média geral de todos os concluintes do Brasil foi de 52,47 na prova objetiva e de 56,41 na de redação. A região que se saiu melhor nos testes foi a Sul (56,88). A pior, o Norte, com média de 44,88 pontos. No Nordeste, a média dos alunos que concluíram o ensino médio também não chega a 50%, com 47,67 pontos.

Os alunos do Sudeste ficaram com 54,85 pontos de média. Em São Paulo, a nota dos concluintes foi de 54,63 na prova objetiva e 56,41 na redação.

O Estado fica em oitavo lugar quando se consideram as médias dos concluintes da rede pública na prova objetiva; e na 11ª posição na redação.

As médias dos alunos concluintes que fizeram o ensino médio somente em escola pública revelam ainda que a rede particular que se saiu melhor nos testes foi a do Distrito Federal (73,30), seguida por Minas Gerais (72,35), Paraná (71,01) e São Paulo (70,76).

Na redação, a rede particular que se saiu melhor foi a da Bahia -65,59 pontos. Roraima teve o pior desempenho -média de 59,52.

Já a melhor rede pública, consideradas também as notas dos concluintes que cursaram o ensino médio somente nesse sistema, é a do Rio Grande do Sul -média de 54,61 na prova objetiva e de 59,74 na redação.

A pior, pelo mesmo recorte, é a do Tocantins, com 41,32 pontos na prova objetiva, e 50,16 na rede particular.

O Enem foi aplicado pela primeira vez em 1998, com 157 mil inscritos. O maior salto no número de participantes ocorreu em 2005, quando passou de 1,5 milhão para 3 milhões, devido ao Prouni.

No ano passado, a diferença no Enem entre os concluintes de escola pública e da rede particular foi de 17 pontos nas questões de múltipla escolha e de 11 pontos na redação. Mas a média geral foi mais baixa em relação ao exame deste ano: 35,52 pontos na parte objetiva -neste ano, o número subiu para 52,47.

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O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) apresentou projeto que impede parlamentares, prefeitos, governadores e presidente da República de matricularem seus filhos em escolas particulares durante a educação básica. Quem tem cargo eletivo seria obrigado a colocar filhos e demais dependentes em escolas públicas a partir de 2014. A punição para quem descumprir a regra não está prevista, mas Cristovam disse que para os parlamentares federais poderia ser considerado quebra de decoro. Ele disse que não estudou nem colocou seus filhos em escolas públicas, mas justificou que na época não era parlamentar. Para o pedetista, com os filhos de políticos na escola pública, haverá melhoria na educação gratuita. Em discussão na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, o projeto recebeu parecer contrário do senador Romeu Tuma (PTB-SP) porque prejudicaria as particulares ao excluir delas os filhos de mais de 60 mil famílias. Como Tuma não pertence mais a CCJ, o projeto terá novo relator.

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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