A Região Metropolitana de Brasília é a quarta mais populosa do Brasil e
tem a pior distribuição de renda do país
Fonte:www.veja.com.br
O Brasil tem registrado progressos na redução da desigualdade social, desde a metade da década de 90, mas apesar dos dados gerais do país, Brasília permanece na contramão. A capital federal registrava em 2006 a pior distribuição de renda entre as principais regiões metropolitanas. O conglomerado urbano em torno de Brasília supera em desigualdade as regiões metropolitanas do Recife e de Salvador, respectivamente a segunda e terceira piores.
De acordo com reportagem do jornal O Estado de S.Paulo deste domingo, os dados que colocam o Distrito Federal como o pior em distribuição de renda foram foram organizados com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (Pnad) de 2006.
Em todas as outras regiões, a distribuição de renda melhorou. A região metropolitana do Distrito Federal e entorno é composta pelo Distrito Federal e mais 18 municípios goianos e dois mineiros. A população está por volta de 3,5 milhões.
18 de Novembro de 2007 |
A principal causa da má distribuição da renda no Distrito Federal e entorno, de acordo com pesquisadores, é o contraste entre a elite do funcionalismo público em Brasília e o grande número de pobres e miseráveis nas cidades satélites. A região metropolitana do DF teve o pior desempenho entre os principais conglomerados urbanos do país no período de 1995 a 2006, com aumento do índice de Gini de 0,587 para 0,612, um acréscimo de 4,3%. O índice de Gini varia de zero a 1 e, quanto mais alto, pior é a distribuição de renda.
Fonte: Revista do Correio Braziliense em 18112007 a propósito de uma personagem disléxica na novela Duas Caras
Marcelo é um menino que demora para copiar as palavras do quadro-negro, troca letras na hora de escrever, não memoriza informações que acabou de ouvir e, nas redações, apresenta um vocabulário pobre. Vira e mexe, ele pára de prestar atenção na aula e fica conversando com os colegas. Seu desempenho nas avaliações não é nada bom e os cadernos e trabalhos estão sempre desorganizados. É o típico aluno que faz qualquer professor pensar: Esse vai me dar trabalho!
O comportamento de Marcelo, no entanto, nada tem a ver com preguiça ou relaxo. Ele reflete alguns sintomas de um distúrbio que o acompanha desde o nascimento: a dislexia, transtorno de aprendizagem hereditário e sem cura que pode ser melhorado em até 80% desde que diagnosticado e tratado de forma adequada.
A história desse garoto é fictícia, mas convida à reflexão: para quantos Marcelos você já lecionou sem saber que eram disléxicos? Podem ter sido muitos. De acordo com as estatísticas disponíveis, de 10% a 15% da população mundial sofre de dislexia. Entre três e quatro estudantes em uma classe de 30. No Brasil, dados da Associação Brasileira de Dislexia (ABD) indicam que, em média, 40% dos casos diagnosticados na faixa mais crítica, entre 10 e 12 anos, são de grau severo, 40% são de grau moderado e 20% de grau leve.
Avaliação é essencial para um tratamento adequado
A situação dos disléxicos se torna mais complexa porque muitas pessoas, inclusive professores, desconhecem o distúrbio. O cuidado na avaliação é prioridade, uma vez que a existência de uma ou duas características não significa que a criança é disléxica (veja quadro abaixo). A combinação de características e a quantidade variam. Em termos de dislexia, a inconstância é a maior constância, alerta a fonoaudióloga e psicopedagoga Maria Angela Nico, diretora da ABD.
O diagnóstico preciso só pode ser feito após a alfabetização, entre a 1ª e a 2ª série. Já vi pais preocupados com o que chamo de falsa dislexia, quando, por exemplo, a escola alfabetiza precocemente, e a garotada não acompanha porque não tem maturidade neurológica suficiente, conta Maria Angela.
No caso em que as suspeitas procedem, o primeiro passo é excluir as possibilidades de outros distúrbios. Há problemas de origem neurológica, sensoriais, emocionais ou mesmo dificuldades de aprendizagem por falta de ensino adequado ou de um meio sociocultural satisfatório, ressalta a psicopedagoga Sílvia do Amaral, diretora do Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento (CAD), em São Paulo.
Entidades como a ABD e o CAD fornecem laudos clínicos após a realização de uma bateria de exames. Esses laudos são aceitos, inclusive, para que os candidatos tenham condições especiais (sala e tempo diferenciados) para realizar provas como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou vestibulares como o da Fuvest.
Cada criança requer uma estratégia diferente
Os professores que conseguem suspeitar dos sintomas e sugerir um encaminhamento clínico para a criança precisam ir além. O problema pede que eles se dediquem muito ao aluno em sala de aula ao longo do tratamento que envolve em partes iguais a escola, a família e profissionais de saúde.
Estudantes comprovadamente disléxicos não conseguem decorar coisas nem ler ou escrever textos longos. Mas têm inteligência acima da média, apesar de aparentar o contrário. Os professores descobrem isso assim que começam a olhar para eles com mais atenção. Não podemos ter preconceito. O aluno tem que saber que é disléxico para podermos utilizar os instrumentos necessários para ajudá-lo, afirma a psicóloga Maria Mônica Bianchini, diretora da ABD.
Cabe ao professor recorrer a diversas atividades e técnicas de ensino e descobrir qual delas melhor se adapta a cada estudante e a cada situação (veja quadro abaixo). A professora Jarbaneide Aparecida Ferreira Gonçalez, do Colégio Nossa Senhora Menina, em São Paulo, já colocou um aluno disléxico na primeira carteira para poder dar atenção especial a ele. Isso incluía repetir só para a criança o que disse para a classe, ler novamente um trecho do livro só para ela e corrigir atividades ao lado dela.
Rosângela Nogueira Guedes, supervisora de 2ª e 5ª séries do Colégio Rio Branco, em Cotia (SP), tem uma recomendação simples e valiosa: dar um tempo maior para que o estudante disléxico faça o mesmo trabalho que os demais. Outra alternativa, já testada e aprovada por Sílvia do Amaral, é substituir avaliações e outros trabalhos escritos por orais. Um paciente meu teve a nota melhorada de 4,5 para 7,5 com essa mudança.
A tecnologia também ajuda muito. É possível utilizar programas oferecidos no mercado para montar uma metodologia de apoio ao aprendizado. O disléxico é uma pessoa que tem dificuldades no processamento das informações. E o computador é um processador, um facilitador entre a criança e a linguagem, diz Sílvia.
Auto-estima elevada ajuda no tratamento
Pouco adianta utilizar diferentes recursos pedagógicos se o estudante está com a auto-estima abalada. Muitas vezes ele já passou por vários traumas quando o diagnóstico finalmente é feito. A primeira tarefa do professor, portanto, é resgatar a autoconfiança do aluno. O segredo está em descobrir as habilidades dele para que possa acreditar em si mesmo ao se destacar em outras áreas, como as artes e os esportes, explica a orientadora Rosângela.
Não é fácil encontrar a medida certa no trato com o disléxico. O professor deve ajudar, mas não superproteger. O ideal é trabalhar a autonomia da criança para que ela não comece a achar que é dependente em tudo. Rosângela esclarece: O professor pode, por exemplo, ler a pergunta em voz alta e certificar-se de que a proposta foi entendida. Mas não pode interferir no raciocínio dela dizendo o que é para fazer. Quando o professor consegue acolher esse estudante e respeitá-lo em suas diferenças, sem cair na armadilha do sentimento de pena, proporciona a ele um grande benefício. Mais do que isso, oferece também a toda a classe uma rica experiência de convivência com a diversidade.
Na pré-escola
Imaturidade no trato com outras crianças.
Atraso no desenvolvimento visual, da fala e da linguagem.
Dificuldade em aprender rimas e canções.
Fraco desenvolvimento da coordenação motora.
Dificuldade em montar quebra-cabeças.
Falta de interesse por livros.
A partir da 1ª série
Dificuldades visuais e de coordenação motora.
Pobreza no conhecimento de rimas e de vocabulário.
Dificuldade na leitura e na escrita e na cópia do livro ou do quadro-negro.
Dificuldade em manusear mapas e dicionários.
Confusão entre direita e esquerda.
Dificuldade em Matemática, desenho geométrico e em decorar seqüências.
Desatenção, dispersão, desorganização geral e atrasos na entrega de tarefas.
Problemas de conduta retração, timidez excessiva e depressão.
Como facilitar o dia-a-dia do disléxico
Dar a ele um resumo do programa a ser desenvolvido, se possível já no ato da matrícula.
Expor, no início do ano, qual a matéria a ser dada e os métodos de avaliação que serão utilizados.
Iniciar cada novo conteúdo com um esquema mostrando o que será apresentado no período. No final, resumir os pontos-chave.
Usar vários recursos de apoio para apresentar a lição à classe, além do quadro-negro: projetor de slides, retroprojetor, vídeos e outros recursos multimídia.
Introduzir vocabulário novo ou técnico de forma contextualizada.
Evitar dar instruções orais e escritas ao mesmo tempo.
Avisar com antecedência quando houver trabalhos que envolvam leitura para que o aluno encontre outras formas de realizá-lo, como gravar o livro, por exemplo.
Propor trabalhos em grupo e atividades fora da sala de aula, como dramatizações, entrevistas e pesquisas de campo sempre que possível.
Fazer revisões com tempo disponível para responder às possíveis dúvidas.
Autorizar o uso de tabuadas, calculadoras simples, rascunhos e dicionários durante as atividades e avaliações.
Aumentar o limite de tempo para atividades escritas.
Ler enunciados em voz alta e verificar se todos entenderam o que está sendo pedido. Associação Brasileira de Dislexia, Av. Angélica, 2318, cj. 92, 01228-200, São Paulo, SP, tel. (11) 3258-7568
Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento, R. Conde Sílvio Alves Penteado, 72, 05428-040, São Paulo, SP, tel. (11) 3816-8247,
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Colégio Nossa Senhora Menina, R. Oratório, 2621, 03195-100, São Paulo, SP, tel. (11) 6965-2083
Colégio Rio Branco, Rod. Raposo Tavares, 7200, 06711-030, Cotia, SP, tel. (11) 4612-0505
Dislexia: Ultrapassando as Barreiras do Preconceito, James J. Bauer, 108 págs., Ed. Casa do Psicólogo, tel. (11) 3034-3600, 16 reais
Nem Sempre É o Que Parece, Annette Moser-Wellman, Maria Angela Nico e Maria Eugênia Ianhez, 168 págs., Ed. Campus, tel. 0800-265340, 18,50 reais
No site da ABD www.dislexia.org.br você encontra informações sobre dislexia e como fazer a avaliação, além de artigos e links para instituições internacionais.eja matéria sobre dislexia a propósito de uma personagem disléxica na novela de Aguinaldo Silva, Duas Caras Marcelo é um menino que demora para copiar as palavras do quadro-negro, troca letras na hora de escrever, não memoriza informações que acabou de ouvir e, nas redações, apresenta um vocabulário pobre. Vira e mexe, ele pára de prestar atenção na aula e fica conversando com os colegas. Seu desempenho nas avaliações não é nada bom e os cadernos e trabalhos estão sempre desorganizados. É o típico aluno que faz qualquer professor pensar: Esse vai me dar trabalho!
O comportamento de Marcelo, no entanto, nada tem a ver com preguiça ou relaxo. Ele reflete alguns sintomas de um distúrbio que o acompanha desde o nascimento: a dislexia, transtorno de aprendizagem hereditário e sem cura que pode ser melhorado em até 80% desde que diagnosticado e tratado de forma adequada.
A história desse garoto é fictícia, mas convida à reflexão: para quantos Marcelos você já lecionou sem saber que eram disléxicos? Podem ter sido muitos. De acordo com as estatísticas disponíveis, de 10% a 15% da população mundial sofre de dislexia. Entre três e quatro estudantes em uma classe de 30. No Brasil, dados da Associação Brasileira de Dislexia (ABD) indicam que, em média, 40% dos casos diagnosticados na faixa mais crítica, entre 10 e 12 anos, são de grau severo, 40% são de grau moderado e 20% de grau leve.
Avaliação é essencial para um tratamento adequado
A situação dos disléxicos se torna mais complexa porque muitas pessoas, inclusive professores, desconhecem o distúrbio. O cuidado na avaliação é prioridade, uma vez que a existência de uma ou duas características não significa que a criança é disléxica (veja quadro abaixo). A combinação de características e a quantidade variam. Em termos de dislexia, a inconstância é a maior constância, alerta a fonoaudióloga e psicopedagoga Maria Angela Nico, diretora da ABD.
O diagnóstico preciso só pode ser feito após a alfabetização, entre a 1ª e a 2ª série. Já vi pais preocupados com o que chamo de falsa dislexia, quando, por exemplo, a escola alfabetiza precocemente, e a garotada não acompanha porque não tem maturidade neurológica suficiente, conta Maria Angela.
No caso em que as suspeitas procedem, o primeiro passo é excluir as possibilidades de outros distúrbios. Há problemas de origem neurológica, sensoriais, emocionais ou mesmo dificuldades de aprendizagem por falta de ensino adequado ou de um meio sociocultural satisfatório, ressalta a psicopedagoga Sílvia do Amaral, diretora do Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento (CAD), em São Paulo.
Entidades como a ABD e o CAD fornecem laudos clínicos após a realização de uma bateria de exames. Esses laudos são aceitos, inclusive, para que os candidatos tenham condições especiais (sala e tempo diferenciados) para realizar provas como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou vestibulares como o da Fuvest.
Cada criança requer uma estratégia diferente
Os professores que conseguem suspeitar dos sintomas e sugerir um encaminhamento clínico para a criança precisam ir além. O problema pede que eles se dediquem muito ao aluno em sala de aula ao longo do tratamento que envolve em partes iguais a escola, a família e profissionais de saúde.
Estudantes comprovadamente disléxicos não conseguem decorar coisas nem ler ou escrever textos longos. Mas têm inteligência acima da média, apesar de aparentar o contrário. Os professores descobrem isso assim que começam a olhar para eles com mais atenção. Não podemos ter preconceito. O aluno tem que saber que é disléxico para podermos utilizar os instrumentos necessários para ajudá-lo, afirma a psicóloga Maria Mônica Bianchini, diretora da ABD.
Cabe ao professor recorrer a diversas atividades e técnicas de ensino e descobrir qual delas melhor se adapta a cada estudante e a cada situação (veja quadro abaixo). A professora Jarbaneide Aparecida Ferreira Gonçalez, do Colégio Nossa Senhora Menina, em São Paulo, já colocou um aluno disléxico na primeira carteira para poder dar atenção especial a ele. Isso incluía repetir só para a criança o que disse para a classe, ler novamente um trecho do livro só para ela e corrigir atividades ao lado dela.
Rosângela Nogueira Guedes, supervisora de 2ª e 5ª séries do Colégio Rio Branco, em Cotia (SP), tem uma recomendação simples e valiosa: dar um tempo maior para que o estudante disléxico faça o mesmo trabalho que os demais. Outra alternativa, já testada e aprovada por Sílvia do Amaral, é substituir avaliações e outros trabalhos escritos por orais. Um paciente meu teve a nota melhorada de 4,5 para 7,5 com essa mudança.
A tecnologia também ajuda muito. É possível utilizar programas oferecidos no mercado para montar uma metodologia de apoio ao aprendizado. O disléxico é uma pessoa que tem dificuldades no processamento das informações. E o computador é um processador, um facilitador entre a criança e a linguagem, diz Sílvia.
Auto-estima elevada ajuda no tratamento
Pouco adianta utilizar diferentes recursos pedagógicos se o estudante está com a auto-estima abalada. Muitas vezes ele já passou por vários traumas quando o diagnóstico finalmente é feito. A primeira tarefa do professor, portanto, é resgatar a autoconfiança do aluno. O segredo está em descobrir as habilidades dele para que possa acreditar em si mesmo ao se destacar em outras áreas, como as artes e os esportes, explica a orientadora Rosângela.
Não é fácil encontrar a medida certa no trato com o disléxico. O professor deve ajudar, mas não superproteger. O ideal é trabalhar a autonomia da criança para que ela não comece a achar que é dependente em tudo. Rosângela esclarece: O professor pode, por exemplo, ler a pergunta em voz alta e certificar-se de que a proposta foi entendida. Mas não pode interferir no raciocínio dela dizendo o que é para fazer. Quando o professor consegue acolher esse estudante e respeitá-lo em suas diferenças, sem cair na armadilha do sentimento de pena, proporciona a ele um grande benefício. Mais do que isso, oferece também a toda a classe uma rica experiência de convivência com a diversidade.
De 2002 a 2006, país contratou 272 mil docentes com curso universitário; último censo mostrou que só 1% de profissionais leigos atuam em educação básica
Portugal deve pedir adiamento de reforma ortográfica( Fonte: O Globo: 15112007)
Dois trajetos de carruagem no meio da noite, rumo a um destino desconhecido, marcaram as dramáticas guinadas da vida de Pedro, o segundo e último imperador do Brasil. Aos 5 anos, foi tirado do único lar que conhecia e levado para um desfile festivo pelas ruas do Rio de Janeiro. Seu pai, Pedro I, ia-se embora do Brasil e deixava para trás o menino que, em prantos, sem noção do que acontecia, era aclamado como o pequeno imperador. Na madrugada de 17 de novembro de 1889, aos 63 anos, mas aparentando mais, perfeitamente consciente do que se passava, ele se apertou com a família no coche que o levou para o cais de onde rumaria ao exílio. O embarque noturno era uma exigência dos representantes da República recém-proclamada – não queriam manifestações de apoio que pudessem redundar em repressão e derramamento de sangue. Provocou uma das poucas reclamações do imperador deposto. Não sou nenhum fugido, repetiu duas vezes. No mais, nobre dignidade e perfeita segurança de si mesmo caracterizaram a compostura de Sua Majestade; nem ao menos uma palavra de queixa ou reprovação saiu de sua boca, segundo descrição do embaixador da Áustria, conde Weisersheimb, que no dia seguinte acompanhou os netos do imperador até o navio que os levaria para a Europa. Manteve a mesma atitude até a morte, dois anos depois, num hotel simples de Paris.
Os fatos assim resumidos fazem parte da história que para a maioria de nós está num escaninho da memória rotulado de escola e invariavelmente associado ao adjetivo chato. Na fração de segundo que decorre entre uma palavra e outra, vêm-nos à mente as imagens de um velho barbudo que deu uma festa daquelas, o baile da Ilha Fiscal, seis dias antes de aparecerem uns caras com nomes de rua gritando perdeu. Daí, ele dançou e todo 15 de novembro – uma licença histórica, pois a República só foi proclamada oficialmente no dia seguinte – temos um feriado, de preferência feriadão. Isso para nós, leigos indiferentes. Para historiadores, Dom Pedro II continua mais vivo do que nunca: em qualquer lista que se faça sobre as personalidades mais influentes dos 500 anos de história do Brasil, e quer o opinador se alinhe na corrente crítica ao último imperador ou na dos admiradores de seu reinado, ele costuma disputar o primeiro lugar com Getúlio Vargas. A segunda corrente ganhou recentemente um reforço extraordinário por meio da biografia escrita por José Murilo de Carvalho para a série Perfis Brasileiros, da editora Companhia das Letras. No retrato apaixonado traçado pelo historiador, o homem que governou o Brasil por meio século com os valores de um republicano, com a minúcia de um burocrata e com a paixão de um patriota deixou um exemplo de senso de dever, tolerância, liberalidade e quase inacreditável respeito pela liberdade de imprensa.
SINAIS DE ALERTA
Não é possível avaliar com segurança se o aluno é disléxico antes da 1ª série do Ensino Fundamental. Mas, se ele apresenta alguns dos sintomas abaixo, deve ser observado com atenção para um possível futuro diagnóstico.
Se a criança apresenta alguns dos problemas abaixo, é necessário avaliá-la em conjunto com outros professores e o coordenador pedagógico e, se necessário, recomendar aos pais o encaminhamento a um especialista.
Fonte: Associação Brasileira de Dislexia (ABD)
São várias as alternativas disponíveis para que o estudante com dislexia possa acompanhar a turma e demonstrar o que aprendeu sem estresse.
Fonte: Nem Sempre É o Que Parece, Ed. CampusQuer saber mais?
Bibliografia
Internet
Folha de São Paulo (1011)
Um a cada três novos funcionários públicos admitidos no país entre 2002 e 2006 é professor com formação superior, mostra estudo feito com base na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). No período de quatro anos, foram contratados 272,2 mil novos professores com curso universitário; parte deles substituiu 70,3 mil professores leigos ou que só concluiu o ensino médio.
O crescimento do número de professores com formação superior ainda é, em parte, efeito da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que entrou em vigor quase 11 anos atrás. Um dos artigos dessa lei diz que, até 2006, só seriam admitidos professores vindos de universidades ou de institutos superiores de educação. Em outro artigo, a lei abriu uma brecha para profissionais com formação em nível médio atuarem na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental. O Conselho Nacional de Educação optou por essa interpretação mais flexível.
O último censo escolar, de 2006, mostra que professores com formação superior somam mais de 70% do total de docentes da educação básica -das creches ao final do ensino médio-, consideradas também as escolas particulares. Os professores leigos não chegam a 1%. A lei estimulou um movimento de formação em massa dos professores. Eles seriam responsáveis pela quarta parte das matrículas no ProUni, programa federal de vagas subsidiadas na rede particular de ensino superior, informa o MEC. A tendência é aumentar o número de professores por causa do crescimento da demanda por educação infantil e no ensino médio, avalia a secretária de educação básica do MEC, Pilar Lacerda Almeida.
Apesar do crescimento do número de professores, o ministério acompanha, com preocupação, a falta de profissionais de física e de química, sobretudo no ensino médio. O secretário de Educação Superior do MEC, Ronaldo Mota, registra que, no período do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, triplicou o ritmo de contratação de professores para as universidades federais. Teriam sido contratados 9,4 mil professores, contra 3,1 admitidos no período do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso.
De acordo com as informações da Pnad- tabuladas pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) a pedido da Folha-, o aumento os profissionais de ensino com formação superior no governo federal foi superado pelo ritmo de contratação dos chamados técnicos de nível médio nas ciências administrativas, uma categoria que inclui técnicos da Previdência, policiais, peritos e fiscais da Receita. Algumas dessas carreiras foram objeto de concursos públicos com o maior número de vagas nos últimos anos, segundo o Ministério do Planejamento.
Francisco Gaetani, secretário de Gestão do ministério, atribuiu a prioridades políticas do governo Lula a expansão de instituições do ensino superior e fortalecimento de órgãos como a Polícia Federal e o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Segundo Gaetani, parte importante das contratações foi conseqüência da substituição de funcionários terceirizados, imposta pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e pelo Ministério Público. Nesse caso, o governo se limitou a cumprir a determinação de órgãos de controle, disse.
O ritmo de contratações do governo federal superou o dos Estados (19,7% de novos servidores contra 8,8% contratados pelos governos estaduais), embora Estados e municípios sejam responsáveis por 87% das novas contratações no período entre 2002 e 2006: 700,9 mil dos 810,3 mil novos funcionários públicos. Marcio Pochmann, presidente do Ipea, atribuiu o maior volume de contratações nos Estados e municípios à descentralização dos gastos públicos.
BBCLONDRES - O governo de Portugal deve pedir aos outros sete países de língua portuguesa que a reforma ortográfica, que pretende unificar a escrita do português ( confira as principais mudanças ), seja adiada em dez anos. A decisão foi divulgada pela ministra da Cultura de Portugal, Isabel Pires de Lima, durante uma sessão de perguntas e respostas no Parlamento, na terça-feira.
Segundo Maria do Céu Novais, assessora de imprensa da ministra, este foi o período considerado mais adequado pelo Ministério da Cultura e pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. A proposta de moratória deverá ser apresentada aos outros países no momento certo.
O tratado deverá modificar 0,48% das palavras atualmente usadas no português do Brasil e 1,42% das que são utilizadas em Portugal
O Ministério da Cultura afirma que o processo de modificação e ratificação do acordo da reforma ortográfica está nas mãos do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
A assessoria de imprensa desse Ministério foi consultada pela BBC Brasil e ainda não respondeu sobre quando o acordo será levado ao Parlamento português.
O acordo vinha sendo atacado por setores ligados ao mercado editorial português, que não quer mudar seus arquivos. Além disso, a proposta de adotar a reforma ortográfica no ano seguinte à assinatura do acordo contraria a lei portuguesa que prevê que os livros escolares durem quatro anos.
Com a aprovação do tratado por parte de São Tomé e Príncipe, o número de países que vão adotar as modificações chegou a três - os outros são Brasil e Cabo Verde -, o que garante a sua validade.
Como o tratado prevê que, antes da entrada em vigor da reforma, é preciso que se chegue a uma ortografia comum para as palavras nos países participantes, um cronograma mais apressado pode fazer com que aqueles que ainda não assinaram o tratado fiquem de fora.
Assinado em 1990 com o objetivo de passar a vigorar em 1994, o acordo ortográfico teve um protocolo que o modificou em 1998 - que prevê que bastam três países para que ele entre em vigor, e não os sete iniciais (Timor Leste ainda era controlado pela Indonésia).
O tratado deverá modificar 0,48% das palavras atualmente usadas no português do Brasil e 1,42% das que são utilizadas em Portugal.
Como exemplos das mudanças, os brasileiros deixarão de colocar acentos em idéia e assembléia e ficarão sem o trema. Os portugueses perdem o c não pronunciado em acto e o p não pronunciado em Egipto ou óptimo.
As regras para a utilização do hífen serão unificadas, e ficarão consagradas algumas diferenças: os portugueses passam a tirar o p que não pronunciam de recepção e mantém o c em facto - fato em Portugal significa roupa.
O Globo, 15 nov. 2007.
O IMPÉRIO DA SELVA
Dom Pedro II (em foto de 1883, com detalhe do cetro de dragão alado): estadista tão singular quanto a experiência monárquica no Brasil, tinha simpatias republicanas. A ocupar posição, preferiria a de presidente da República ou ministro à de imperador, escreveu em seu diário