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Parte da Resposta (Folha Online):
*22102004 - 09h24 * Brasil dá primeiro passo para unificar língua
portuguesa *ANDRÉ SOLIANI*
da *Folha de S. Paulo*, em Brasília

As duas ortografias oficiais da língua portuguesa --a do Brasil e a de
Portugal-- estão prestes a se tornar uma só. Na quinta-feira (21), o governo
brasileiro aprovou um protocolo que deverá, em breve, promover a unificação.

Com a reforma pela qual a língua passará, o trema deixará de existir, a não
ser em nomes próprios e seus derivados, e o alfabeto passará a ter 26 letras
--incorporará mais três: k, w e y.

O filólogo Antônio Houaiss, representante brasileiro durante as negociações
com Portugal (que terminaram em 1990), aponta no livro A Nova Ortografia da
Língua Portuguesa cerca de 40 mudanças que terão de ser incorporadas ou à
ortografia brasileira ou à portuguesa.

As mudanças, no entanto, ainda dependem da aprovação do protocolo por
Portugal e Cabo Verde. O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa existe
desde 1990, mas nunca foi implementado, pois precisava da ratificação de
todos os oito membros da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa).
Apenas três deles --Portugal, Brasil e Cabo Verde-- haviam começado a
adaptar suas legislações ao acordo.

Para agilizar o processo de reforma da língua, os chefes de Estado da CPLP
decidiram, na última reunião de cúpula, em meados deste ano, que bastaria a
ratificação do acordo por três países para que ele passasse a valer. O
protocolo assinado pelo Brasil ontem é o que permite a entrada em vigor do
acordo com apenas três ratificações.

O governo brasileiro conta agora com a aprovação do protocolo em Portugal e
Cabo Verde. Para isso, o Ministério de Relações Exteriores pediu às
embaixadas brasileiras nos dois países que promovam a aceleração da
aprovação do protocolo.

*Mudanças*

As novas regras ortográficas obrigarão os portugueses a grafarem algumas
palavras como no Brasil. O verbete acção passará a ser ação. Os
portugueses também terão de retirar o h inicial de algumas palavras, como
em herva e húmido, que passarão a ser grafadas como no Brasil: erva e
úmido.

Para as palavras que admitem diferentes pronúncias, manteve-se a
possibilidade de duas grafias. Os brasileiros escreverão fato, e os
portugueses, facto. As duas formas de grafar esse substantivo serão
consideradas corretas nos países signatários do acordo.

Segundo um integrante do governo ligado à área da cultura, que preferiu
permanecer no anonimato para evitar desgastes com Portugal, a reforma fará
com que o português falado no Brasil se torne o internacional.

Mas os brasileiros também terão de se acostumar com mudanças. Não se usará
mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do
indicativo ou do subjuntivo dos verbos crer, dar, ler, ver e seus
derivados. A grafia correta será creem, deem, leem e veem. O acento
circunflexo em palavras terminados em hiato oo, como enjôo, também
cairá. O acento também deixará de ser usado para diferenciar pára (verbo)
de para (preposição). Alguns acentos já haviam sido abolidos no Brasil na
reforma ortográfica de 1971.

Na opinião de Carlos Alberto Xavier, assessor do ministro da Educação, a
unificação da ortografia é importante para o futuro da língua portuguesa no
mundo. O português é a terceira língua ocidental mais falada, atrás apenas
do inglês e do espanhol.

O fato de existirem duas ortografias dificulta campanhas de divulgação do
idioma e a sua adoção em fóruns internacionais. A entrada em vigor do
acordo é condição essencial para a definição de uma política de promoção e
difusão da língua portuguesa, afirma nota divulgada ontem pelo Itamaraty.

Outra parte está aqui (mesma fonte):

*22102004 - 09h25 * Unificação da ortografia é gesto político *THAÍS
NICOLETI DE CAMARGO*
Especial para a *Folha*

Uma língua é muito mais que a sua ortografia. É um sistema de representação
verbal que permite a comunicação entre os indivíduos. Como conjunto de
mecanismos e recursos expressivos que traduzem a cultura de um povo, uma
língua, quando falada em diferentes países, assume características próprias,
decorrentes da trajetória histórica de cada um.

O português falado em Portugal, no Brasil, em Moçambique, em Angola, na
Índia ou na China é uma só língua. Variações ficam por conta da extensão do
léxico, da grafia, do uso mais ou menos corrente de certas expressões ou
estruturas sintáticas, da pronúncia, bem como da incorporação da influência
de outras línguas.

Unificar a grafia do português nos países lusófonos é antes um gesto
político, no qual parece estar o mérito da ação. Afinal, estimula-se assim a
mobilização em torno de um fator de identidade nacional e a conscientização
da vitalidade do idioma e dos traços comuns entre as culturas que se
expressam por meio dele. Isso tende a fazer surgir um maior intercâmbio
entre as obras literárias produzidas nesses países.

Outros aspectos da questão são o desgaste de reaprender algo que já está
automatizado e o custo econômico de substituir os livros, sobretudo os
didáticos, que envelhecem.

Mas, passada a fase de transição, o saldo deve ser positivo.

Categoria pai: Seção - Notícias

Editado pela Secretaria de Comunicação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Nº 506 - Brasília, 25 de abril de 2007. 
 
Índice vai avaliar aprendizado na educação básica 
A criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e o apoio técnico e financeiro aos municípios com indicadores educacionais mais baixos são dois dos pontos principais do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado nesta terça-feira (24) pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. Em seu discurso, o presidente Lula disse que o PDE coloca o Brasil no novo século da educação e que nada é mais importante do que a capacitação dos brasileiros.

O Ideb levará em conta o rendimento dos alunos, a taxa de repetência e a evasão escolar. Se fosse avaliada hoje, a educação básica brasileira teria uma média aproximada de quatro pontos numa escala de zero a dez.

O Índice foi elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (InepMEC) e, segundo o ministro da Educação, vai mostrar as condições de ensino do Brasil. Estão sendo criadas metas para o País mostrar em que situação nos encontramos, numa escala de zero a dez, aonde queremos chegar e em que prazo.

Nos próximos 15 anos, o Brasil terá que alcançar nota seis no Ideb. A fixação dessa média considerou a avaliação obtida pelos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), quando se aplica a metodologia do Ideb em seus resultados educacionais. Seis foi a nota obtida pelos países desenvolvidos que ficaram entre os 20 mais bem colocados do mundo.

Para atender os mil municípios com os piores índices de desenvolvimento da educação, o MEC vai investir R$ 1 bilhão nos próximos 12 meses  recursos adicionais do Fundo da Educação Básica (Fundeb).

Especialistas do MEC vão recomendar ações como o acompanhamento individual das crianças, atividades de cultura e esporte no contra-turno escolar, participação da comunidade nos conselhos de cada escola e criação de conselhos municipais de educação.

Principais medidas

O PDE abrange medidas para todas as etapas da educação, desde o ensino infantil até o pós-doutorado. A prioridade é a educação básica, que vai do ensino infantil ao médio. Além de melhorar os indicadores de qualidade nos nove anos do ensino fundamental, o PDE também apresenta outras medidas. Veja algumas delas:

Provinha Brasil: avaliação de alunos de 6 a 8 anos para aferição da alfabetização.

Brasil alfabetizado: a alfabetização de jovens e adultos será, prioritariamente, feita por professores das redes públicas, no contra-turno de sua atividade. Para isso, eles receberão bolsas de R$ 200 do MEC.

Piso salarial: fixa um valor mínimo de remuneração para os professores da rede pública no Brasil. A meta é alcançar R$ 850 em 2010.

Transporte escolar: crédito do BNDES, de R$ 600 milhões, para renovar a frota de transporte escolar com a compra de veículos, inclusive barcos.

Olimpíada de português: competição com cerca de sete milhões de alunos de 80 mil escolas para estimular o estudo da disciplina.

Informatização: investimento de R$ 650 milhões para informatizar 130 mil escolas de educação básica. O objetivo é equipar cada escola com um laboratório de informática.

Cidades-pólo: serão criadas 150 escolas federais em quatro anos. A ação faz parte da segunda fase do plano de expansão da rede federal de educação profissional e tecnológica.

Professor equivalente: o MEC e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão criarão um banco de vagas para docentes tendo como referência a unidade chamada professor-equivalente. A medida simplificará o processo de contratação dos professores nas universidades públicas federais.

Luz para todos: cerca de 700 mil alunos da educação básica (1,5% do total de alunos) não têm luz na escola. A partir do PDE, essas escolas terão prioridade no programa Luz Para Todos, do Ministério de Minas e Energia (MME). O início da instalação está previsto para 2009.
 
 
 

Categoria pai: Seção - Notícias

Siga os sinais
 
LIBRAS e português andam lado a lado em experiências que apontam o bilingüismo como o mais indicado para a educação de surdos
 
Reportagem: Claudia Gisele
 
Inserida em: 1042007
 
 
 
 

Uma tendência vem se estabelecendo no país: o uso do bilingüismo na educação de crianças surdas. As ações do Ministério da Educação e Cultura (MEC) têm esse foco, assim como as experiências de escolas em diferentes estados. O uso de duas línguas na educação de surdos, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e a língua portuguesa, é uma solução que supre as necessidades de quem pouco ou nada pode ouvir. Embora ainda não haja consenso sobre o assunto, a polêmica sobre a preferência de uma ou outra vem diminuindo. Se, antes, especialistas divergiam sobre a melhor modalidade educativa para surdos, a dúvida atual é sobre a capacidade das instituições de ensino para atuar eficientemente. Boas iniciativas pipocam no país, mas são o início de um processo.

É importante que a LIBRAS seja oferecida precocemente aos surdos, afirma a coordenadora do Espaço Universitário de Estudos Surdos da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutora pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), Nídia de Sá. A primeira língua, ou língua materna, é aquela que a criança adquire naturalmente. No entanto, é importante que o surdo tenha acesso a outras línguas. Para ela, o acesso precoce à LIBRAS possibilita à criança ter condições para desenvolver plenamente seu sistema cognitivo. Como crianças surdas assimilam conhecimento através das imagens (e não pela sonorização de palavras), sua língua materna deve ser visual. O que não significa que o uso da LIBRAS seja suficiente. Os sinais devem ser um meio para que aprendam a língua portuguesa, que dará a elas acesso a um mundo majoritariamente ouvinte. A utilização do português escrito e falado é essencial para a criança ampliar seu vocabulário, ter acesso a todos os níveis de ensino e, futuramente, ao mercado de trabalho. Como é possível concluir, o ideal é a criança receber acompanhamento fonoaudiológico ainda na primeira infância, para que aprenda leitura labial e a articular a fala.

O reconhecimento da LIBRAS como meio legal de comunicação aconteceu com a Lei 10.4362002, que obrigou os cursos de educação especial, fonoaudiologia e de magistério a incluir seu ensino como parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Naquele ano, 52.422 alunos com surdez estavam matriculados no ensino básico (que inclui infantil, fundamental e médio), sendo que a presença deles no ensino médio era de apenas 376 alunos. Já nos cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA), o número era de 2.134 alunos. Essa é uma característica do ensino brasileiro como um todo, afirma a coordenadora da Secretaria de Educação Especial do MEC, Marlene Gotti. O índice de evasão é crescente do ensino infantil para o médio e há um aumento significativo nos cursos de EJA, demonstrando a preocupação de jovens e adultos voltarem a estudar. Com os surdos também é assim. A diferença é que a presença deles no ensino médio, que era rara, vem aumentando significativamente. Ao comparar os números de matrículas no ensino médio em 2002 e 2006, veremos que a participação de surdos aumentou de 376 para 4.353 alunos - cerca de 1.057%.

A presença dos intérpretes de LIBRAS e instrutores especializados nas escolas regulares têm possibilitado o aumento e a permanência dos surdos no sistema de ensino, afirma Nídia. A tendência é que o quadro continue melhorando, mas ainda há muito trabalho a ser feito, uma vez que cerca de 75% dos surdos em idade escolar estão fora do sistema de ensino regular. Essa porcentagem é uma estimativa baseada no cruzamento de dados do MEC e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou a existência de 519 mil surdos com até 17 anos no Brasil, no Censo 2000.

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que coordenou a primeira edição do Prolibras, projeto realizado em parceria com o MEC que inclui o Exame Nacional de Certificação de Proficiência em LIBRAS e o Exame Nacional de Certificação de Proficiência em Tradução e Interpretação da LIBRASLíngua Portuguesa, divulgou, em março, a aprovação de 1.349 profissionais. São pessoas qualificadas para traduzir e interpretar a linguagem de sinais dentro da sala de aula nos diferentes níveis de ensino. A UFSC também possui o primeiro curso superior de licenciatura em LetrasLIBRAS, que funciona em parceria com outras oito universidades brasileiras e conta, atualmente, com 500 alunos.

Esses profissionais estão sendo preparados para lecionar pela abordagem bilíngüe no ensino médio e superior, explica a coordenadora do curso, Ronice de Quadros. Temos carência de intérpretes qualificados. Muitas vezes, eles aprendem em espaços religiosos ou em cursos desqualificados. As universidades precisam assumir a função de formar esses profissionais. Não se pode mesmo comparar o aprendizado especializado com o apenas bem intencionado.
Na prática, a educação bilíngüe é vivenciada de maneiras diferentes pelas escolas. Há aquelas chamadas especiais, que possuem professores especializados em ensinar em LIBRAS e que são exclusivas para alunos surdos. Há aquelas chamadas regulares, ou comuns, que mesclam surdos e ouvintes nas salas, ou que montam salas exclusivas para surdos, mas dentro do mesmo ambiente escolar. Nessas instituições de ensino, a presença de intérpretes, salas de recursos ou de monitores especializados auxiliam o estudante na rotina escolar.

As diferentes experiências praticadas nos estados têm pontos em comum. Elas comprovam que o aprendizado da língua portuguesa é essencial para a inclusão do surdo e, especialmente, para que ele desenvolva uma boa capacidade de comunicação. Da mesma forma, a LIBRAS tem sido destacada como uma porta de acesso a diferentes universos - especialmente o da escrita e leitura. Assim, para as escolas que estão inseguras quanto à melhor maneira de educar seus alunos surdos, aprender com os erros e acertos de outros lugares é sempre uma boa alternativa.

Experiências pelo Brasil

 
Guilherme Cadena, 15 anos, passou por duas escolas particulares antes de entrar na Escola Estadual Erasmo Pilotto, na primeira série do fundamental. Ele falava bem e fazia leitura labial, mas não conseguia acompanhar a turma. Com o uso da LIBRAS, aprender ficou mais fácil e as ameaças de repetência ficaram para trás. Ótimo aluno de matemática, está na oitava série e planeja fazer contabilidade.

20 anos de experiência inclusiva no Paraná
Há vinte anos, a Escola Estadual Erasmo Pilotto, em Curitiba (PR), recebe alunos surdos. Atualmente, são
96 estudantes surdos e 3.200 ouvintes. Antes, surdos e ouvintes dividiam a mesma sala de aula. Há seis anos, o esquema mudou. Passamos a ter salas só de alunos surdos profundos e com, no máximo, 15 pessoas por sala, afirma a coordenadora de educação especial, Josélia Ribas. Para essas turmas, existem professores bilíngües, que ensinam em LIBRAS. Os alunos que fazem leitura labial ficam nas salas com ouvintes e, quando necessário, são auxiliados por intérpretes. Nos dois casos, os alunos contam com o apoio do Centro de Atendimento Especializado em Surdez, que funciona dentro da escola atendendo os alunos individualmente duas vezes por semana e trabalhando o aprendizado da língua portuguesa. Se o aluno domina bem o português, melhora o aprendizado das outras matérias.
A escola é rígida no quesito aprovação. Nós não facilitamos. O aluno só é aprovado se realmente tem conhecimento sobre o conteúdo daquela série. O resultado aparece nos vestibulares. Em 2005, 17 alunos surdos ingressaram no ensino superior - 10 deles em disputadas universidades públicas.


Pablo Renan Lima conversa com a intérprete Mariá Araújo. A estudante Poliana Nascimento e a intérprete Kamilla Lemes: todos na sala

EmGoiás, a escola é para todos
No sistema de ensino goiano não existe escola especial para surdos. Estão todos incluídos, garante a secretária de educação, Milca Pereira. Essa realidade foi possível com o investimento em cursos para formar intérpretes de LIBRAS e instrutores para alunos surdos. Hoje, a rede conta com um intérprete para cada 3,4 estudantes surdos. Além dos intérpretes, as salas possuem instrutores (todos surdos) que auxiliam o aluno no aprendizado.
Esse profissional está habilitado para orientar o aluno e resolver suas dúvidas sobre o conteúdo escolar. Ele complementa o trabalho do intérprete, que apenas traduz em sinais as falas do professor na sala de aula.
O modelo de trabalho começou a ser implantado em 1999 e os resultados se refletem nas universidades do estado, que a cada ano requerem um número maior de intérpretes para as suas salas de ensino.

Gustavo Perazzolo, 28 anos, entrou na Helen Keller com 1 ano de idade. Depois, passou por escolas regulares, mas não se adaptou e voltou para a escola especial. Hoje, trabalha como instrutor de LIBRAS, cursa educação física, na Universidade de Caxias do Sul, e LetrasLibras na Uuniversidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Vivência gaúcha com a escola especial
A Escola Helen Keller, de Caxias do Sul (RS), possui 232 alunos surdos e atua nos níveis infantil, fundamental e médio - e também na intervenção comunicativa, que estimula precocemente o uso dos sinais. Algumas crianças chegaram sem comunicação nenhuma. Sabiam, no máximo, gestos que imitavam de familiares, afirma a diretora, Maria Alice Rodrigues. Os que entraram precocemente tiveram a oportunidade de estimular o sistema cognitivo e encontraram menos dificuldades na vida escolar.
O acompanhamento fonoaudiológico é um diferencial. Os que falam ou fazem leitura labial (a minoria, na escola) têm melhor vocabulário, o que se reflete em conhecimento. Os conteúdos das séries são os mesmos do ensino regular. Caso o aluno não atinja os objetivos de cada período, repetirá o ano. Quando concluem o ensino médio, os estudantes são estimulados a seguir a vida acadêmica. Em 2006, a escola formou 18 alunos no ensino médio. Entre eles, 6 prestaram vestibular e 5 foram aprovados em universidades.

Categoria pai: Seção - Notícias

Olá!

 

O primeiro acordo ortográfico entre Brasil e Portugal data de 1931 e não resultou na unificação dos sistemas ortográficos. Em 1945 Lisboa fez mudanças na língua, não aceitas no Brasil.

O sistema ortográfico do Brasil de 1943 foi aprovado pela Academia Brasileira de Letras, na sessão de 12 de agosto, e simplificado pela Lei n. 5.765, de 18 de dezembro de 1971.

Até o final deste 2007, entrará em vigor uma nova ortografia, resultado do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entre os sete países que têm o português como língua oficial: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. 

As mudanças vão ocorrer porque três dos oito membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) decidiram ratificar a nova ortografia, do documento proposto em 1990. Portugal e Brasil já haviam assinado o acordo (em face de interesses econômicos) e esperavam a adesão dos países africanos. São Tomé e Príncipe assinaram por último. Mas muitos desses países africanos possuem outras línguas oficiais e não apenas o português.

Essa é uma atitude político-econômica, por mais incrível que pareça. Portugal tenta unificar o português.

Toda língua pátria é fator de prestígio e, há séculos, considerada importantíssima internacionalmente.

Assim que ministérios da educação, associações, academias de letras, editores e produtores de materiais didáticos recebam as novas regras ortográficas terão de reimprimir livros, dicionários etc.

 

Calcula-se que 1,6% do vocabulário do português de Portugal seja modificado.


No português do Brasil, a mudança será menor: 0,45% das palavras terão a escrita alterada. Isso, porque somos cerca de 190 milhões de brasileiros e Portugal está pautando as mudanças de peso nos usos do Brasil.  Lá, a população é de apenas onze milhões de portugueses. O Brasil é a maior nação que tem o português como língua oficial.

 

 

Apesar das mudanças ortográficas, serão conservadas as pronúncias típicas de cada nação. Isso, porque não há como mudar.

     

MUDANÇAS NO PORTUGUÊS DO BRASIL, EM FACE DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

 

Alfabeto passa a ter 26 letras. Incorporaram-se o k, o w e o y, que já eram usados no Brasil em nomes próprios e em casos como: Wagner > wagneriano; Kant > kantiano etc.

 

O acento grave, indicador do fenômeno da crase NÃO caiu!

 

Veja, agora, o seguinte exemplo, que anda rodando  pela Internet:

 

A frequência com que eles leem no voo é heroica!. 

 

O trema desaparece completamente. Agora, o correto é escrever linguiça, sequência, frequência e quinquênio.

O trema... morreu. Vamos ficar com saudade dele...?

 

As paroxítonas terminadas em o duplo, por exemplo, não terão mais acento circunflexo (em Portugal chama-se acento esdrúxulo). Ao invés de abençôo, enjôo ou vôo, os brasileiros terão de escrever abençoo, enjoo e voo.

 

Não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos crer, dar, ler, ver e seus decorrentes, ficando correta a grafia creem, deem, leem e veem.


Os ditongos ei, eu e oi, NÃO serão acentuados. Serão escritos assembleia, ideia, heroica, jiboia etc.

 

Não se usará mais o acento para diferenciar pára (verbo) de para (preposição).

 

SEGUEM AS REGRAS.


O Hífen

      O hífen em palavras compostas e em locuções

      Segundo o Novo Acordo, utiliza-se o hífen:

      a) para separar as palavras no final da linha.

      b) para separar elementos de palavras compostas por justaposição: beija-flor, porto-alegrense,       guarda-chuva. quinta-feira, guarda-noturno, tenente-coronel etc.  Em alguns compostos perdeu-se a noção de composição e, por isso, os dois elementos se aglutinaram: girassol, mandachuva, pontapé, paraqueda, clarabóia etc.

      Verifique que, mesmo não sendo separados por hífen, tais elementos mantêm uma identidade fonética, como se pode observar em girassol, que é grafado com ss, a fim de manter o som do s inicial (sol).

      c) nos topônimos compostos iniciados pelos adjetivos grão ou grã, por formas verbais, ou que têm elementos ligados por artigo: Baía de Todos-os-Santos,  Passa-Quatro, Grã-Bretanha, Trás-os-Montes,

      Grão-Pará etc.

      Observação

      Nos demais topônimos não se emprega o hífen:

      América do Norte, África do Sul, Belo Horizonte...

      Exceção: Guiné-Bissau

      d) nos nomes de espécies botânicas e zoológicas ligados ou não por preposição ou qualquer outro elemento: andorinha-do-mar, couve-flor, erva-doce etc.

      e) nos compostos iniciados pelos advérbios bem e mal seguidos de palavras começadas por vogal ou h.

      bem-aventurado, mal-afortunado, bem-estar, mal-estar, bem-humorado, mal-humorado etc.

      Observação

      O advérbio bem pode ou não aglutinar-se com a palavra seguinte, ainda que iniciada por consoante:      bem-falante (mal-falante), benfeitor, benquerença, bem-nascido (malnascido) etc.

      f) nos compostos em que entram os elementos além, aquém, recém e sem: além-fronteiras, recém-nascido,  além-mar, sem-cerimônia,  aquém-mar, sem-vergonha etc.

      g) - para unir duas ou mais palavras contextualmente combinadas.

      Liberdade-Igualdade-Fraternidade, ponte Rio-Niterói

      - para unir combinações históricas ou ocasionais de topônimos.

      Áustria-Hungria, Tóquio-Rio de Janeiro

      Não se emprega o hífen nas locuções:

      a) substantivas: cão de guarda, fim de semana, sala de jantar;

      b) adjetivas: cor de vinho, cor de mel;

      c) pronominais: cada um, quem quer que seja;

      d) adverbiais: à vontade, à vista, às pressas;

      e) prepositivas: abaixo de, a fim de, apesar de;

      f) conjuntivas: a fim de que, ao passo que.

      Exceção:

      Os compostos já consagrados.

      Água-de-colônia, mais-que-perfeito, cor-de-rosa

      O hífen com prefixos

      Emprega-se o hífen nos compostos iniciados pelos prefixos gregos e latinos ante-, anti-, auto-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-, infra-, intra-, pan-, pós-, pré-, pró-, semi-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, etc:

      a) quando o segundo elemento começa por h.

      anti-higiênico pan-helenismo

      circum-hospitalar pré-história

      co-herdeiro semi-hospitalar

      Observação: Não se usa hífen nos compostos com os prefixos in- e des-. desumano, inábil

      b) quando o prefixo termina com a mesma vogal com que começa o segundo elemento.

      Anti-ibérico, auto-observação, contra-almirante

      Exceção: O prefixo co-, que se aglutina com outro elemento iniciado por o.

      cooperar, coordenar

      c) com os prefixos circum- e pan-, quando o segundo elemento co­meça por vogal, m, n (além do h referido anteriormente). Circum-escolar, circum-navegação, pan-africano

      d) com os prefixos hiper-, inter-, super-, quando o segundo elemento começa por r.

      Hiper-requintado, inter-resistente, super-revista

      e) com os prefixos ex-, sota-, soto-, vice-, vizo-.

      ex-aluno, ex-presidente, soto-mestre, sota-piloto, vice-presidente, vizo-rei

      f) com os prefixos tônicos acentuados graficamente pós-, pré-, pró-, quando o segundo elemento tem vida á parte.

      Pós-operatório, pré-escolar, pró-europeu

      Não se usa o hífen:

      a) quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s.

      antirreligioso, antissemita, contrarregra, cosseno

      b) quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente dela.

      antiaéreo, autoestrada, coeducação

      O hífen com sufixos

      Nos compostos por sufixação, só se emprega o hífen nas palavras com os sufixos de origem tupi-guarani -açu, -guaçu, -mirim se o primeiro elemento acaba em vogal acentuada graficamente e se a pronúncia exige a distinção dos dois elementos.

      amoré-guaçu, cajá-mirim, capim-açu

      O hífen na ênclise e na mesóclise

      Emprega-se o hífen para ligar os pronomes enclíticos ou mesoclíticos ao verbo.

      amá-lo, deixe-o, emprestá-lo-emos, enviar-lhe-ei, parti-la

1. O emprego do hífen nada mudou nas locuções, na ênclise e na mesóclise nem com relação aos sufixos de origem tupi-guarani. Quanto ao emprego do hífen com prefixos, conforme o prefixo, não se usa mais o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r, s ou vogal diferente.

      2. Não se usa mais o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r, s ou vogal diferente. Use assim agora: antirreligioso, antissemita, autoaprendizagem, contrarregra, contrassenha,  extrarregular, extraescolar etc.

     

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

      Com relação à acentuação gráfica das palavras, o Novo Acordo estabelece regras de acentuação com base na posição da sílaba tônica (oxítonas, paroxítonas, proparoxítonas, considerando oxítonos os monossílabos tônicos).

      O Novo Acordo reduz o número de palavras acentuadas.

      Acentuação das palavras proparoxítonas

      Todas as palavras proparoxítonas devem receber acento gráfico: agu­do na vogal aberta e circunflexo na vogal fechada. Também recebem acento as proparoxítonas eventuais, isto é, as paroxítonas terminadas em ditongo crescente.

      árabe fôssemos míope

      cânfora glória músico

      cáustico lírio pêssego

      exército mágoa série

      Não há mudanças na acentuação das palavras proparoxítonas, pois todas continuam sendo acentuadas graficamente.

Deve-se observar ainda que, dada a diferença de pronúncia entre o português falado no Brasil e o falado em Portugal, as proparoxítonas que no Brasil recebem acento circunflexo, por terem a vogal tônica fechada, em Portugal recebem acento agudo por terem a vogal tônica aberta. Observe:

      Brasil x Portugal

      cômodo x cómodo

      fenômeno x fenómeno

      tônico x tónico

      gênio x génio

      Acentuação das palavras paroxítonas

      Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:

      • -r: caráter, ímpar, mártir

      • -x: fênix, índex, ônix, tórax

      • -n: elétron, hífen, pólen, próton

      • -l: amável, difícil, fácil, lamentável

      • -ps: bíceps, fórceps

      • -ã, -ãs: ímã, ímãs, órfã, órfãs

      • -ão, -ãos: órgão, órgão, sótão, sótãos

      • -ei, -eis: amáveis, fáceis, jóquei, pônei

      • -i, -is: júri, júris, lápis, tênis

      • -om: rândom, rádom

      • -on, -mis: cátion, cátions, elétron, elétrons, mórmon, mórmons

      • -um, -uns: álbum, álbuns, médium, médiuns

      • -us: bônus, vírus

      As regras de acentuação das paroxítonas não sofreram alterações no Brasil.

      Acentuação das palavras oxítonas

      Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em:

      • -a, -as: alvará(s), cá, lá, maracujá(s), pá(s)

      • -e, -es: jacaré(s), lê(s), nenê(s), pé(s), vê(s)

      • -o, -os: avô(s), jiló(s), paletó(s), pó(s)

      • -em, -ens (quando não monossilábicos): armazém, armazéns, também

      Não há novidade na acentuação das oxítonas.

      Acentuação dos ditongos abertos ei, eu, oi

      Aqui, uma novidade: pelo Novo Acordo, esses ditongos só receberão acento gráfico nas palavras oxítonas. Assim, nas palavras paroxítonas, esses ditongos não deverão mais ser acentuados.

      Como é que se escreve agora?

assembleia; boleia; ideia; jiboia etc.

      Acentuação dos hiatos

   O hiato oo(s) das palavras paroxítonas NÃO recebe mais acento circunflexo: abençoo, enjoo , magoo, voo, voos, creem, deem, descreem, leem, preveem, eeleem, veem  etc.

 

      Em relação à acentuação das letras i e u tônicas, apenas uma modificação: quando precedidas de ditongo, NÃO RECEBEM MAIS ACENTO: baiuca, boiuno, cauila  etc.

Não se acentua mais a vogal u tônica dos encontros gue, gui, que, qui: apazigue, arguem, argui, averigue etc. 

Não se coloca acento diferencial nas palavras homógrafas heterofônicas: acordo (subst.), acordo (verbo); almoço (subst.), almoço (verbo); jogo (subst.), jogo (verbo).

      No entanto, o acordo registra algumas exceções. É obrigatório o acento diferencial em:

      • pôde (pretérito perfeito) para distinguir de pode (presente do indicativo);

      • pôr (verbo) para distinguir de por (preposição).

      É facultativo o acento diferencial em:

      • dêmos (1ª pessoa do plural do presente do subjuntivo) para distinguir de demos (1ª pessoa do plural do pretérito perfeito);

      • fôrma (substantivo) para distinguir de forma (substantivo e verbo).

      Agora há apenas dois acentos diferenciais obrigatórios (pôde e pôr) e dois facultativos (fôrma e dêmos).

 

Emprego das Letras Maiúsculas

A única novidade do novo Acordo: é facultativa a grafia de nomes de vias e lugares públicos, bem como os nomes que designam domínios do saber — artes, ciências ou disciplinas — com inicial maiúscula ou minúscula: Geografia ou geografia; matemática ou Matemática etc.

     

Emprego do apóstrofo

      Segundo o texto do Novo Acordo, o apóstrofo usa-se para cindir uma contração ou aglutinação vocabular, quando uma fração pertence a um conjunto vocabular distinto: d’Os Lusíadas, n’Os Lusíadas, pel’Os Lusíadas, d’Os sertões, pel’Os sertões. Pode, no entanto, empregar-se a preposição íntegra: de Os Lusíadas, em Os Lusíadas, exatamente como acontece, quando se deixa de fazer a contração: a Os Lusíadas, a A relí­quia, conquanto não digam: aos Lusíadas, à Relíquia

      O texto do Novo Acordo especifica também que se deve empregar o apóstrofo:

      a) quando se quer separar a preposição ou pronome de um pronome pessoal que se refere a Deus.

      d’Ele, n’Ele, d’Aquele, lh’O

      b) na ligação de santo, santa a nomes do hagiológico, para supressão de o e a.

      Sant’Ana, Sant’Iago

      Quando se tornam perfeitas unidades mórficas, os dois elementos se aglutinam.

      bairro de Santana, Caminho de Santiago

      c) para assinalar a elisão do e da preposição de no interior de certos compostos.

      copo-d’água, pau-d’água, pau-d’alho

      Fica ainda determinado que não se usa o apóstrofo nas combinações das preposições de e em com o artigo definido e formas pronominais diversas e advérbios.

      dalguma doutra

      dela dum

      dele duma

      donde nalguma

      doutro neste

     

Separação silábica

      O Novo Acordo estabelece que a divisão silábica faz-se em regra por soletração: a-ba-de, bru-ma, sem atender necessariamente aos elementos constitutivos de natureza etimológica: bi-sa-vô, de-sa-pa-re-cer...

      A partição da palavra no fim da linha implica o emprego do hífen.

      O texto do Novo Acordo exemplifica algumas regras para a separação silábica.

      a) Não se separam as sucessões de duas consoantes que constituem grupos perfeitos: nu-bla-do, a-pro-var, de-cla-rar, de-cre-to, a-tle­ta, a-fri-ca-no, ne-vral-gi-a, nem se separam os dígrafos ch, lh, ah: ran-cho, ma-lha, vi-nha.

      Exceção

      Separam-se alguns compostos em que os prefixos terminam em b ou d.

      ab-le-ga-ção, ad-li-gar, sub-lu-nar.

      b) Separam-se no interior da palavra as sucessões de duas consoantes que não constituem propriamente grupos e as sucessões de m ou n, com valor de nasalidade, e uma consoante.

      ab-di-car am-bi-ção ét-ni-co

      ab-so-lu-to de-sen-ga-nar nas-cer

      ad-je-ti-vo Daf-ne op-tar

      af-ta en-xa-me

      c) Nunca se separam vogais consecutivas pertencentes a ditongos decrescentes.

      ai-ro-so, ca-dei-ra, ins-ti-tui, sa-cris-tães

      d) Os dígrafos gu e qu não se separam da vogal ou ditongo imediato:

      ne-gue, ne-guei, pe-que, pe-quei, da mesma maneira que as combinações gu, qu em que o u se pronuncia: á-gua, am-bí-guo, lo-quaz.

      d) Na separação de palavras que apresentam hífen, se este ocorrer no final da linha, deve-se repeti-lo na linha imediata: couve--flor, amá--lo.

 

Abraços,

Ana Maria.

     

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Verbos Novos e Horríveis
por Ricardo Freire

Não, por favor, nem tente me disponibilizar alguma coisa, que eu não quero.
Não aceito nada que pessoas, empresas ou organizações me disponibilizem. É uma questão de princípios. Se você me oferecer, me der, me vender, me emprestar, talvez eu   venha a topar. Até mesmo se você tornar disponível, quem sabe, eu aceite. Mas, se você insistir em disponibilizar, nada feito.
Caso você esteja contando comigo para operacionalizar algo, vou dizendo desde já: pode ir tirando seu cavalinho da chuva. Eu não operacionalizo nada para ninguém e nem compactuo com quem operacionalize. Se você quiser, eu monto, eu realizo, eu aplico, eu ponho em operação.. Se você pedir com jeitinho, eu até implemento, mas operacionalizar, jamais.
O quê ? Você quer que eu agilize isso para você ? Lamento, mas eu não sei agilizar nada. Nunca agilizei. Está lá no meu currículo: faço tudo, menos agilizar.
Precisando, eu apresso, eu priorizo, eu ponho na frente, eu dou um gás.
Mas agilizar, desculpe, não posso, acho que matei essa aula.
Outro dia mesmo queriam reinicializar meu computador. Só por cima do meu cadáver virtual. Prefiro comprar um computador novo a reinicializar o antigo. Até porque eu desconfio que o problema não seja assim tão grave.
Em vez de reinicializar, talvez seja o caso de simplesmente reiniciar, e pronto.
Por falar nisso, é bom que você saiba que eu parei de utilizar. Assim, sem mais nem menos. Eu sei, é uma atitude um tanto radical da minha parte, mas eu não utilizo mais nada. Tenho consciência de que a cada dia que passa mais e mais pessoas estão utilizando, mas eu parei. Não utilizo mais.
Agora só uso. E recomendo. Se você soubesse como é mais elegante, também deixaria de utilizar e passaria a usar. Sim, estou me associando à campanha nacional contra os verbos que acabam em ilizar. Se nada for feito, daqui  a pouco eles serão mais numerosos do que os terminados simplesmente em ar.
Todos os dias, os maus tradutores de livros de marketing e administração disponibilizam mais e mais termos infelizes, que imediatamente são operacionalizados pela mídia, reinicializando palavras que já existiam e eram perfeitamente claras e eufônicas.
A doença está tão disseminada que muitos verbos honestos, com currículo de ótimos serviços prestados, estão a ponto de cair em desgraça entre pessoas de ouvidos sensíveis.
Depois que você fica alérgico a disponibilizar, como vai admitir, digamos, viabilizar?
É triste demorar tanto tempo para a gente se dar conta de que
desincompatibilizar sempre foi um palavrão.
Precisamos reparabilizar nessas palavras que o pessoal inventabiliza só para complicabilizar. Caso contrário, daqui a pouco nossos filhos vão pensabilizar que o certo é ficar se expressabilizando dessa maneira.
Já posso até ouvir as reclamações: Você não me vai impedibilizar de falabilizar do jeito que eu bem quilibiliser.
Problema seu. Me inclua fora dessa...

 

 

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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