Nossa imagem revisitada
Nós, brasileiros, buscamos sobretudo ser amados, enquanto os russos, temidos
Maquiavel afirmou, em O Príncipe, que, a ter de escolher, é melhor ser temido do que amado, pois os homens em geral têm menos escrúpulo em ofender a quem amam do que a quem temem. Na cena internacional, nós brasileiros buscamos sobretudo ser amados, ao passo que os russos preferem ser temidos. Mas ser temido não significa ser odiado, isto, segundo Maquiavel, devemos evitar a todo custo, pois o ódio enche o inimigo de coragem cega e determinação.
Em certos países do Oriente Médio, por exemplo, os EUA lograram ser odiados e por isso estão pagando alto preço. Na Bolívia, Evo Morales e seus seguidores deram clara demonstração de não nos temer, de não nos respeitar, embora certamente não odeiem o vizinho Brasil. Na Europa do Leste e ex-URSS, a situação é diferente, pois há ódios provenientes de guerras. Aliás, o temor que os russos buscam inspirar é basicamente defensivo, fruto de uma história de invasões sofridas a partir do sul e do oeste. Ao mesmo tempo, os russos reconhecem ser odiados por certos vizinhos.
Logramos trazer as Olimpíadas de 2016 para o Rio sobretudo porque somos amados. A Rússia trouxe os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014 para Sochi porque os vizinhos europeus queriam lhe fazer um afago, em razão do gás natural russo de que precisam e do arsenal nuclear que temem.
Mas sorrir educamente não significa fraqueza, nem cara feia significa necessariamente força. Por vezes, estrangeiros no Brasil ou lidando com brasileiros no exterior confundem nossa simpatia, nossa cordialidade, com fraqueza, quando têm mais a ver com nosso complexo de viralata. E essa cordialidade pode se transformar, de uma hora para outra, em violência brutal (vide nossas cidades) ou em competência tecnológica de ponta (Embraer e pré-sal, por exemplo), o que surpreende a muitos.
O Brasil surpreendeu o mundo ao atravessar a crise financeira de forma mais competente do que a maioria dos países. Também vem surpreendendo na forma como suas instituições democráticas funcionam, em contraste com a vizinhança e também com os demais BRICs. E agora nos preparamos para ser temidos, ao iniciar ambicioso programa de rearmamento militar. Mas a verdade é que não temos ainda tradição nesse jogo de inspirar medo.
Em analogia com a classificação de Joseph Nye, ser amado é ter soft power e ser temido é ter hard power. O ideal é ser amado e temido, ou seja, ter liderança moral e segurança respectivamente, o que, na linguagem precisa e sem floreios de Don Corleone, significa ser respeitado.
Quase metade dos jovens do país está na pobreza, mostra IBGE
Segundo o levantamento, intitulado Síntese dos Indicadores Sociais, 44,7 por cento das crianças e adolescentes do país estavam na condição de pobreza ou pobreza extrema, o equivalente a cerca de 11 milhões de pessoas.
Pelos critérios da pesquisa, um pobre tem um rendimento domiciliar per capita de até meio salário mínimo por mês ao passo que o extremo pobre tem uma renda de até um quarto do mínimo. O salário mínimo em 2008 era de 415 reais.
O levantamento apontou que 18,5 por cento dos jovens de até 17 anos residiam em uma casa com renda per capita de até um quarto do salário mínimo e 26,2 por cento tinham uma renda por pessoa de até meio salário mínimo ao mês.
Quando se estuda pobreza no Brasil temos que levar em consideração vários aspectos. A raiz do problema está nas famílias pobres. A criança precisa entrar no mercado de trabalho de forma precoce para ajudar e ela acaba por reproduzir no futuro o padrão de pobreza da sua família. O trabalho infantil e o baixo nível de escolaridade explicam o problema,” disse o presidente do IBGE, Eduardo Nunes “É importante dar continuidade nas transferências de renda”, declarou
O IBGE detectou, no entanto, uma redução da pobreza na população de até 17 anos.
A redução paulatina do nível de pobreza na segunda metade da década pode ser constatada também nas famílias com crianças e adolescentes, afirmou o IBGE. Em 1998, 27,3 por cento das pessoas de até 17 anos viviam na condição de extrema pobreza e, em 2008, esse percentual diminuiu para 18,5 por cento.
A situação nas regiões menos desenvolvidas do país é mais grave. No Nordeste, 66,7 por cento das pessoas com até 17 anos vivem na pobreza ou na extrema pobreza ao passo que no Sudeste o contingente era de 31,5 por cento.
No entanto, em relação a 1998, houve melhoras nos indicadores nordestinos. Há 11 anos, esse percentual de pobreza atingia 73,1 por cento dos jovens.
Tais melhoras podem ser atribuídas ao efeito de políticas públicas de transferência de renda implementadas nos últimos anos, aponta o estudo.
COMPARAÇÃO DESFAVORÁVEL
Os avanços obtidos no Brasil nos últimos anos ainda mantêm o país numa posição incômoda em relação a outros países. Ao cruzar os dados da síntese com informações da Organização das Nações Unidas, o IBGE detectou que a esperança de vida brasileira, de 73 anos, deixa o país atrás de nações como Costa Rica, Panamá, Equador e Venezuela.
Ainda assim, de acordo com o instituto, a expectativa de vida do brasileiro avançou 3,3 anos entre 1998 e 2008.
A comparação dos dados sobre mortalidade infantil também são desfavoráveis ao Brasil. Enquanto em Cuba e no Chile a mortalidade infantil ao nascer é de 5,1 e 7,2 a cada mil nascimentos, no Brasil o patamar é de 23,5 por mil. Em 1998, a mortalidade infantil no Brasil chegava a 33,5.
A melhoria das condições de habitação com saneamento básico e ampliação dos serviços de saúde vêm contribuindo para reduzir as mortes infantis, revela o IBGE.
A estrutura etária do país manteve o processo de envelhecimento, segundo o IBGE.
A taxa de fecundidade no país atingiu 1,89 por mulher sendo que na região Sudeste esse nível ficou em perto de 1,5 filho por mulher, se aproximando do padrão europeu. Em 1998, a média de filhos era de 2,43 por mulher.
O número de casais sem filho no país subiu de 13,3 por cento em 1998 para 16,7 por cento no ano passado.
Com a redução da fecundidade e aumento da esperança de vida, o número de idosos não pára de crescer. Em 2008, eram aproximadamente 21 milhões de pessoas com mais de 60 anos superando os contingentes de países europeus como França, Itália e Inglaterra, segundo o IBGE.
A proporção desse contingente em relação a população total do Brasil passou de 8,8 para 11,1 por cento.
“O Brasil é um país bastante contraditório. Somos riquíssimos quando analisamos os indicadores econômicos, mas quando analisamos os indicadores sociais estamos ao lado de países muito pobres como Haiti, Bolívia, Paraguai e outros. Temos desenvolvimento econômico mas não temos um desenvolvimento humano favorável,” avaliou Nunes. “Estamos no G-20 e ao mesmo tempo somos o número setenta em indicadores humanos.
De acordo com o IBGE, 9,4 milhões de brasileiros ou 4,9 por cento da população tinham mais de 70 anos de idade no ano passado.
Segundo o Instituto, praticamente dobrou o percentual de universitários no Brasil com idade de entre 18 e 24 anos. Em 1998, 6,9 por cento dos jovens nessa faixa etária estavam matriculados em uma universidade e, em 2008, esse percentual subiu para 13,9 por cento.
© Thomson Reuters 2009
LOS ANGELES (Reuters) - Dizer que é doh! é pouco.
Marge Simpson - a matriarca de cabelo azul da mais amada família disfuncional dos Estados Unidos - será a capa da edição de novembro da revista Playboy, anunciou a revista nesta sexta.
Com seus atributos discretamente escondidos atrás de uma cadeira de coelhinha da Playboy, Marge Simpson será a primeira personagem de animação a figurar na capa da revista masculina, juntando-se a símbolos sexuais como Marilyn Monroe e Cindy Crawford.
A Playboy disse que a capa vai comemorar o vigésimo aniversário de The Simpsons. Homer, Marge, Bart, Lisa e Maggie já foram homenageados este ano com um conjunto de selos postais nos EUA.
A revista promete um conto intitulado O Diabo em Marge Simpson e outras três páginas de imagens.
A série de animação The Simpsons estreou em dezembro de 1989 com um episódio intitulado Simpsons Roasting on an Open Fire (O Prêmio de Natal). Desde então, já foi premiado com 24 Emmy. No início do ano, a Fox renovou seu contrato por mais duas temporadas.
A 21a. temporada de The Simpsons começou no mês passado. Com isso, ele pode se tornar o seriado há mais tempo em cartaz no horário nobre da televisão americana.
A edição de novembro da Playboy norte-americana chega às bancas em 16 de outubro.
Renata Costa
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Outras estão em teste, o que o dicionário define como “draft entry” (algo como “entrada rascunho”), como farofa, telenovela, caipirinha, caipirosca, cachaça, açaí, churrasco e capoeira, entre outras.
Há uma característica interessante na migração de palavras de um idioma a outro. “As palavras brasileiras importadas pelo inglês são sempre relacionadas a traços da nossa culinária e cultura”, explica Vívian Cristina Rio, linguista e consultora do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada (CPDEC). Já muitos vocábulos de língua inglesa incorporadas no português têm, por outro lado, relação com negócios e tecnologia, os famosos jargões.
É interessante observar que todas as palavras “brasileiras” adotadas em inglês são velhas conhecidas nossas, não são invenções novas. A linguista explica que isso indica que o Brasil e sua cultura estão sendo mais difundidos lá fora. “Os dicionários pegam as palavras nos principais veículos de comunicação e outras referências escritas em inglês. Então, isso quer dizer que nos últimos anos tem crescido o número de reportagens e referências ao Brasil no exterior”, explica a linguista.