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DVD com a minissérie O diário de Anne Frank registra a vida dramática da adolescente durante o período de atrocidades do nazismo

Ricardo Daehn
Correio Braziliense

Versátil/Divulgação

Cena da minissérie O Diário de Anne Frank: perseguição aos judeus, durante a Segunda Guerra Mundial, narrada do ponto de vista da sensibilidade de uma adolescente

 

 


Num preâmbulo da dura realidade que está por enfrentar, a protagonista da minissérie O diário de Anne Frank delimita: “Recordações significam mais para mim do que roupas”. Na “nação de ladrões”, como ela descreve a Holanda dos tempos da Segunda Guerra — cercada pelas idéias nacional-socialistas germânicas, por confiscos e disputas de pessoas animalizadas por circunstâncias de escassez —, a jovem presenteada com um diário aos 13 anos alcança o feito de, num registro altruísta, revigorar parte da dignidade humana — com a “contundência suprema”, pelo que observou o presidente John F. Kennedy. Lançada em 1947, em forma de livro, a mensagem pacifista foi reproduzida em 55 idiomas e já ultrapassou os 20 milhões de exemplares vendidos. Cabe ao diretor Jon Jones, na minissérie (nas lojas, em DVD com o selo da Versátil), relatar os bastidores e impulsos da precoce escritora, numa trama iniciada na Amsterdã de 1942.

Os dois anos de esconderijo de oito pessoas — no chamado Anexo (integrado a depósito e a escritório holandês) — dão as coordenadas cronológicas da série produzida pela BBC e supervisionada pela Fundação Anne Frank, no intuito de conferir maior veracidade. Na trama, Anne (Ellie Kendrick), com a irmã Margot (Felicity Jones) e os pais Otto (Iain Glenn, de Lara Croft: Tomb Raider) e Edith (Tamsin Grieg), já deixaram a Alemanha dos anos 1930 e assumiram o empreendimento da lida com ingredientes para fabricação de geleias. A enxurrada de proibições aos judeus já vigora e, de pronto, Anne começa a alimentar as páginas de Kitty, o apelido para o diário que, ironicamente, efetivou o desejo da jovem de “viver mesmo após a própria morte”.

Em cinco capítulos de série, o diretor alastra o discurso, por vezes humorado, da estudante que adorava se dedicar justo à história. A tensão, notória pelo risco de serem descobertos, que habitava cada integrante do grupo, pontua todos os episódios da obra que, na prestigiada premiação Satellite Awards, obteve indicações tanto para os produtores (na categoria de melhor série) quanto para a protagonista (convincente, mesmo aos 19 anos) que disputou com nomes de peso como Judy Dench, Winona Ryder e Claire Danes. Crédula nas pessoas “boas de coração”, Anne deixa entrever o porquê do rótulo de “menina moderna”, com lúcidas intervenções que quebravam a rotina de ler, estudar e ouvir rádio.

Admirada por personalidades como Nelson Mandela (inspirado pela leitura do célebre diário, à época da prisão), Anne Frank, na minissérie, é retratada como uma voz de libertação, em muito integrada ao espírito contestatório do pai, chamado pelo apelido, Pim. Convivendo à distância com as abomináveis “leis raciais” (instituídas em 1935), a menina, indecisa entre os sonhos de ser dançarina ou patinadora, acalenta dúvidas que tocam “a verdade, a justiça e Deus”. “O que Ele fez por nós?”, chega a questionar a narradora onipresente da série, que tem predileção, no limitado cenário de convivência, pelo sótão, de onde avista a torre de Westerkerk, uma igreja de seguidores protestantes.

Autora do açucarado roteiro de Orgulho & preconceito (baseado em Jane Austin), Deborah Moggach calibra o enredo da nova série até com momentos românticos, como o primeiro beijo de Anne, compartilhado pelo garoto “muito sensível”, como é descrito Peter (Geoff Breton), o jovem parceiro de descobertas juvenis, naquele período de reclusão. Outros personagens que ganham relevância, especialmente pelo colorido das interpretações, são a fogosa e autoritária Petronella Van Dann (papel que deu o Oscar a Shelley Winters, no clássico de 1959, dirigido por George Stevens) e Albert Dussel, dentista solitário que tem uma grande cena, ao ajudar a protagonista a calçar os sapatos, no desfecho um tanto abrupto. Acatando os pseudônimos já demarcados pelo diário, esses personagens ganham, respectivamente, cativantes desempenhos de Lesley Sharp (Ou tudo, ou nada) e Nicholas Farrell (Carruagens de fogo).

Sem apelar em excesso — a degradação coletiva chega em algum punhado de cenas horríveis como a da privada entupida —, o diretor Jon Jones equilibra o descalabro com a ação de benfeitores como a secretária austríaca Miep (Kate Ashfield), caridosa e atenta à infraestrutura do grupo enclausurado. Dando lastro documental e reavivando passados dolorosos, o DVD acopla um depoimento de Buddy Elias, um primo de Anne Frank, criado na Suíça é ele que, além de aprofundar as diferenças existentes entre os parentes, enfatiza a dimensão trágica e detalhes do esfacelamento — “os últimos dias dela foram muito tristes”, sublinha — da esperançosa moça morta, em 1945, no campo de concentração de Bergen-Belsen (Alemanha).

O diário de Anne Frank

(The diary of Anne Frank, Inglaterra, 2009). De Jon Jones. Com Ellie Kendrick, Geoff Breton, Iain Glen, Tamsin Greig, Felicity Jones e Lesley Sharp. DVD Versátil, drama, 150min. Não recomendado para menores de 14 anos. Preço sugerido: R$ 89,50. ***



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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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