Quem são esses brasileiros analfabetos residentes no DF?
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From: Francisco cardoso gomes de matos <
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Date: Seg, 3 de set de 2018 08:56
Subject: O MUSEU NACIONAL E A LINGUÍSTICA
To: Miguel Oliveira, Jr. <
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>, Maria Cristina Fernandes Salles Altman <
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Caríssimos Miguel e Cristina,amigos da ABRALIN,
Com muita tristeza, ao ver,na televisão ,as chamas destruírem o MUSEU NACIONAL, imediatamente lembrei o papel significativo daquela
instituição na História da Linguística no Brasil. Assim, recordei minha primeira visita ao MN em 1965,antes da abertura do I Seminário
Brasileiro de Orientação Linguística ,realizado no auditório do edifício que sediava o Ministéro da Educação, no centro do Rio de Janeiro.
Veio logo à memória meu primeiro encontro com Yonne Leite e Miriam Lemle,ambas linguistas ligadas ao Museu Nacional, tendo a primeira
sido presidente da ABRALIN (1979-1981). Com Mattoso Camara Jr. dividi a responsabilidade diretiva do evento supracitado e graças à minha crescente amizade com ele pude apreciar,naqueles tempos, a importância
do Museu Nacional,principalmente para as pesquisas sobre línguas indígenas brasileiras. Aliás, reli, há pouco , o magistral artigo de Aryon D.
Rodrigues publicado no volume ABRALIN. 40 anos em cena, organizado por Dermeval da Hora, Eliana Ferraz Alves e Lucienne C. Espíndola,
publicado pela Editora da UFPB em 2009.O texto do saudoso Aryon intitula-se 40 anos de linguística, cursos universitários e línguas indígenas
no Brasil: vivências e memórias pessoas. Ali,o Museu Nacional é mencionado 12 vezes. Também recordo que o MN apoiou uma iniciativa
da Modern Language Association of America em favor da publicação de um livro para ensino do Português do Brasil em universidades
americanas: Modern Portuguese (New York,Alfred Knopf,1971). Durante a fase de elaboração da edição-piloto ,na University of Texas, Austin,
julho de 1966, recorreu-se a consultores linguísticos diversos ,dentre os quais Yonne e Miriam, então atuantes no Museu Nacional.
A destruição do Museu Nacional é também uma imensa perda para nós linguistas que tiveram o privilégio de conhecer um pouco
do que ali se fazia em prol de uma Linguística Indígena brasileira. Que nossa historiografia da Linguística no Brasil resgate e divulgue
os documentos referentes ao trabalho dos linguistas e antropólopos do Museu Nacional. A todos os que integram o quadro de
pesquisadores do MN, minha solidariedade e profundo sentimento de pesar .
Francisco Gomes de Matos, presidente da ABRALIN (1981-1983),professor emérito de Linguística, Universidade Federal de Pernambuco,
Recife.