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Faz vinte anos que Frank Sinatra faleceu. Na minha adolescência eu era fascinada por ele.  A seguir um texto que escrevi há cinco anos. 

 

Vi há pouco um documentário: “15 anos sem Sinatra”. O que se segue foram reminiscências que me ocorreram.

O ano era 1980, janeiro. Eu havia me casado, há pouco tem- po, e pela segunda vez. Época de férias, meu marido e eu combinamos passar três semanas em Natal. Havia um rebuli- ço na imprensa divulgando a vinda de Frank Sinatra ao Rio de Janeiro. Era sua primeira visita por aqui. Comentava-se que ele até então teria evitado visitar o nosso país porque uma vidente vaticinara que em viagem ao Brasil ele morreria em um desastre aéreo. Ou isso era uma lenda urbana, ou en- tão os dólares que representava um Maracanã cheio foram mais fortes que a superstição.

Agenciado pelo Medina, lá veio o Frank Sinatra cantar no Rio de Janeiro, e eu lamentando muito não estar lá. Estava em Na- tal...

– Pelo menos – negociei – quero assistir o show pela televi- são. Não posso perder.

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Estávamos hospedados em um hotel tradicional, possivelmente o melhor da cidade àquela época. Fui apurar se o show do Sinatra seria transmitido ao vivo, via satélite. Na recepção, foram muito ho- nestos. “Não, aqui no hotel não vai dar pra ver o show.” Não me lembro por que, mas não ia dar. Fiquei desolada.

– Então vamos mudar de hotel.

– Mas este é o melhor, e neste mês não vamos achar hotel na praia.

Eram palavras sensatas, mas eu não fui sensata. O que eu queria era ver o show de Frank Sinatra no Maracanã. Lá fomos nós procurar outro hotel. Achamos um no centro.

– Vai dar pra ver daqui o show do Frank Sinatra no Maracanã?

– Claro, madame.

Criei alma nova, até o dia do show. No horário previsto, me postei em frente à televisão, o cora- ção aos saltos. Mas nada, nem sinal, nem notíci- as do show. Meu marido olhava e sorria, sem sar- casmo. Acho que até se apiedou de mim. Enfim,

aquele hotel também não estava preparado para a transmissão, que, acredito, nem passou em Na- tal.

No dia seguinte, lá fomos nós atrás de um hotel na orla, para fazer nova mudança. Não me lem- bro se fizemos uma terceira transferência de ho- tel. É provável que sim. O que me lembro é que, para me consolar, fomos a um centro de turismo, no alto de uma colina e ali me encantei com uns galos bem grandes, de cerca de 40 cm de altura, de artesanato em terracota. Muito coloridos. O rabo do galo era um vaso para flores. Podia ser- vir também para, na cozinha, guardar espaguete. Foi esse o destino que dei ao meu, que enfeitou minha cozinha por muito tempo, até que sucum- biu em uma queda.

No ano passado, visitando Natal novamente, fui atrás dos galos de artesanato. Mas estava mais difícil de encontrá-los do que de ver o show de Frank Sinatra em 1980. Já não fazem mais des- ses galos em Natal. A maioria dos artesãos nem sabia do que eu estava falando. O tempo passa.

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Só ficou a lembrança daquele janeiro no Rio Grande do Norte. “As time goes by”, cantaria o Frank Sinatra.

Brasília, agosto de 2013.

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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