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Caixas de supermercado são um ambiente propício a desentendimentos e até brigas. Talvez as pessoas cheguem ali, depois  da navegação pelas gôndolas e do susto com os preços,  sempre crescentes, já com pouca paciência.

Há uma semana, estava eu com o carrinho cheio de compras  ancorada na fila de atendimento prioritário, quando chega uma moça, com dois  itens de compra e me diz : “Este não é o caixa para carrinhos cheios’. Expliquei a ela, com calma, que o critério ali era a quantidade de anos já vividos e não de mercadorias compradas e lhe mostrei o caixa rápido.  Ela se afastou contrariada.

Hoje foi pior. Estava eu novamente  aguardando minha vez no caixa de prioridades, quando se  aproximou uma senhora e me pediu para olhar o carrinho dela, enquanto ela ia buscar   alguma coisa que  precisava incluir nas compras.  Fui avançando devagar para o caixa, puxando também o carrinho da tal senhora, para que ela não perdesse o lugar na fila, bem atrás de mim.

Eis então que chega uma outra senhora.  Entrou na fila e alguém lhe disse que o segundo carrinho não era meu. Expliquei que estava  temporariamente  cuidando dele. Retorna, então a dona do carrinho sob meus cuidados. Mas a senhora  recém-chegada se contrariou. _ “O meu carrinho já estava aqui, esteve aqui do lado todo o tempo.

_ “Não estava não,  ponderou a outra”.

_ Você está dizendo que eu estou mentindo ? Que meu carrinho não estava aqui? Eu processo você por calúnia. “

Eu continuava  no meu posto na fila, ouvindo-as. Eu e muitas pessoas que também estavam prestando atenção à briga.

Ambas as mulheres olhavam para mim, solicitando  uma palavra ou mesmo um gesto de aquiescência, de apoio, uma espécie assim de voto de Minerva , já que eu havia chegado ao local antes delas e, teoricamente, teria testemunhado  os fatos, ou seja, haveria de saber qual carrinho  estava na pole position.

Como boa mineira, permaneci calada e  dei de ombros, para que elas entendessem que  eu não ia tomar partido.  Até pensei em ponderar que estávamos na véspera do dia das mães e que seria bom que a paz pudesse reinar.  Mas fiquei quieta. Aí uma delas , mais exasperada, disse  à outra . “Vou deixar a senhora ficar na frente, mas só porque é mais velha do que eu.

Nada pode  aborrecer tanto uma mulher que ser chamada de velha.

_ Eu não sou velha, mas eu estou doente. Estou muito doente. “

Nesse momento o caixa ao lado  se abriu e me chamaram para  iniciar outra fila. Daí não vi o final da altercação.  Paguei, peguei minhas compras e fui para o estacionamento, pensando na aguerrida  natureza humana.  

Brasília, 8 de maio de 2015

 

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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