Os estudiosos da linguagem, mais propriamente da leitura, preferem falar de ‘Letramentos’, assim, no plural, em vez de Letramento.  Na nossa cultura, globalizada, digitalizada, submetida a múltiplas e variadas influências, há todo um conjunto de letramentos, correspondentes às diversas tradições socioculturais nesse caleidoscópio de informações em que vivemos. Tive nos últimos dias uma experiência que me comprovou como um indivíduo pode ser muito letrado em um determinado campo do conhecimento e iletrado em outros. Uma de minhas filhas me introduziu à música de  Don McLean, a propósito da canção Vincent, dedicada pelo compositor a Vincent Van Gogh.  Caí de amores pelas suas composições.  No cd que estou ouvindo assiduamente desde então, a primeira música é American Pie. Embora pudesse entender  os versos cantados em inglês,  não compreendia as referências na música que remetem a conhecimentos  da cultura americana que eu não detenho. É como se um estrangeiro ouvisse Chico Buarque louvar o Maestro Brasileiro, e não conseguisse associar o epíteto a Tom Jobim.  Percebi que era uma homenagem a um cantor já falecido. Seria John Lennon? Consultei algumas pessoas, mais jovens e mais familiarizadas com a musicografia americana, depois fui ao Google. Esse Oráculo de Delfos moderno, a quem recorremos praticamente para elucidar qualquer dúvida. O Google não me deixou na mão. American Pie é uma canção composta por Don McLean para homenagear o roqueiro Buddy Holly e sua banda, The Crickets, que fizeram grande sucesso na década de cinquenta, revolucionaram o rock and roll, e foram inspiração para os Beatles e os Rolling Stones.  Essas peças de informação me fizeram lembrar que eu assisti, em Londres, há cerca de quinze anos, a uma peça teatral biográfica sobre Buddy Holly, juntamente com dois de meus filhos.   Foi tão boa que, mesmo eu, que nunca fui uma roqueira convicta, saí do teatro cantarolando os sucessos da banda.

 No ano em curso comemora-se  o aniversário de cinquenta anos  da morte de Buddy Holly, que ocorreu em fevereiro de 1959, num acidente com um pequeno avião que carregava a banda durante uma turnê. Um caso muito parecido com o dos Mamonas Assassinas.  Recomendo a quem não conhece Don McLean ou Buddy Holly, ou aos que os conhecem que ouçam a música American Pie.  Será uma descoberta e tanto, ou então uma oportunidade de recordar velhas e boas lembranças.

 

Brasília, 9 de maio de 2009

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Nasci no remoto ano de 1945, em São Lourenço, encantadora estação de águas no sul de Minas, aonde Manuel Bandeira e outros doentes iam veranear em busca dos bons ares e águas minerais, que lhes pudessem restituir a saúde.

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